Capítulo 50 (Final)





– Harry S.


– Bom dia, meu anjinho. – sussurrei em frente ao berço de Zoe, acariciando seu rosto de leve. Ela ainda dormia tranquilamente e o quarto ainda estava um pouco escuro. Ainda eram quatro da manhã.
– Com certeza ela vai sentir sua falta. – disse Chris, me esperando da porta do quarto. Caminhei para fora e fechei a porta, dando um último selinho em Christinne.
– Vai sentir minha falta também? – sussurrei com os lábios ainda preso aos seus.
– Você vai?
– Hm... Deixa eu pensar. – ela bateu em meu peito e ri. – É claro que eu vou sentir sua falta. – apertei mais ainda sua cintura contra a minha. – E não vai ser pouca.
– É pra isso que serve o Skype. – ela sorriu de canto.
– Não é a mesma coisa. – resmunguei.
– Mas é melhor do que nada. Agora vai logo, antes que Paul suba aqui e te leve a força. – disse se afastando dos meus braços e descendo as escadas com uma das minhas malas na mão.

Suspirei e olhei a porta de Zoe mais uma vez. É, eu vou sentir muita falta da minha pequena. Muita mesmo! Serão os dois meses mais melancólicos.

– Tchau princesa. Se cuida, ok? – ela assentiu e beijei seus lábios.

Peguei o elevador e esperei alguns segundos até chegar ao térreo. Ainda tinha estrela lá fora, dava pra ver pelo Hall do condomínio. Niall e Louis estavam no bistrô pedindo uma xícara de café, então aproveitei pra largar os pesos da mala e tomar um expresso pra não apagar o dia inteiro.

– E Zoe? – Niall quem perguntou.
– Está dormindo, mas está bem. – respondi me juntando a mesa dos dois. – Fico preocupado com as duas sozinhas, aqui em Londres.
– Elas vão ficar bem, curly. Pode ficar tranquilo. – Louis disse confiante.
– Eu espero!
– Eu pensei em subir e dar um Oi pra Chris, mas pensei que ela pudesse estar dormindo.
– Agora ela deve ter voltado a dormir. Ainda está cedo demais e ela passou a metade da madrugada tentando aliviar a cólica da Zoe.
– Hm, coitada!
– Pois é... – tomei um gole do café de Niall.
– E aí? – Zayn chegou com uma mochila, usando casaco com capuz.
– Senta aí! – Niall ofereceu a cadeira ao seu lado.
– Cadê Paul? – perguntei ao notar que ele não estava ali, como tinha combinado.
– Foi buscar Liam e abastecer a van. – Niall respondeu.


– Chris

Me aconcheguei no divã do quarto de Zoe, com ela em meu colo. Assim que me despedi de Harry e voltei para o quarto, ela despertou. Meu corpo estava berrando por conforto, cama, cochilo... Algum descanso decente. Não pensei duas vezes em dar peito ao invés de ficar ninando até ela dormir. Precisava de um sono de rainha urgente! Não bastasse a madrugada em claro que passei, tendo que fazer cessar seu choro por conta dos vizinhos, passando toalhinha com água morna em sua barriga por causa da cólica, procurando remédio, dando de mamar... Um sacrifício! Um sacrifício que eu jamais tinha feito.

Harry vai passar dois meses em Atlanta, pela turnê, e agora estou com toda responsabilidade em mãos. Hollie não vai  vir trabalhar essa semana, já que foi visitar os pais em Hollywood, então vou ter que abrir mão de qualquer coisa pra ficar com a minha pequena.  Tinha alguns compromissos essa semana, mas sozinha com Zoe, não haverá chances.

Preciso me organizar seriamente, há tantas coisas para serem resolvidas! Agora tem o casamento e toda a decoração pra ser acertada até fevereiro. Espero que eu consiga dar conta de tudo, o mais rápido possível. Preciso contar á minha mãe, Dani, Els, Madá... Nossa! Há muitos convites a serem entregados até lá.

– Agora já podemos voltar a dormir, né? – olhei para Zoe, ainda mamando em meu peito com os olhinhos fechados. –  Já era para estarmos dormindo há muito tempo, não acha? – disse pondo minha alça da blusa novamente. Zoe abriu aqueles lindos olhos verdes e bocejou cansada.

Coloquei-a em seu berço e lhe dei um beijo de boa noite. Voltei para o meu quarto e me joguei na cama de casal. Encarei o teto por alguns segundos e minha vida se passou como um filme, bem em meus olhos. Ontem eu estava no aeroporto do Rio, pensando em como seriam divertidas minhas férias em Londres, em como poderia ficar stalkeando os meninos. E hoje? Bem...  Hoje, eu dei uma linda menina á Harry. Ganhei uma família linda!

Sorri e virei para o outro lado da cama.

[...]


– O escritório ficou pronto. Você apenas precisa ir e organizar sua agenda de compromissos. Já arrumaram dezenas de dançarinos para ficarem sob seu comando.
– Tá, Tânia. Isso me parece uma ótima notícia, mas como vou arrumar tempo pra isso? – suspirei triste. Zoe tentou puxar meu cordão e eu sorri de canto.
– Chris, você tem uma ótima situação financeira. Será que não pode arranjar uma babá 24hs?
– É óbvio que não! – respondi chocada. – Não quero que a minha filha fique sob cuidados de estranhos se pode ter uma mãe presente.
– Uma mãe presente e sem carreira.
– Tânia, eu sinto muito! Mas a minha filha vem em primeiro lugar sempre. Eu posso pensar em carreira depois.
– Mas a chance está batendo na sua porta agora! – exaltou-se. – Chris, quando você iria imaginar em se tornar uma coreógrafa master da melhor empresa de Londres?

Repousei a cabeça no encosto da poltrona e fechei os olhos por alguns segundos. Eu nunca imaginaria chegar em um cargo como esse. Nunca! O circuito mundial trouxe tantas oportunidades, que me deixam louca! Zoe é a minha vida e  a dança é o que me completa. Eu não iria conseguir viver longe da dança, da música, por tanto tempo. Estive pensando em esperar Zoe completar três anos para voltar á agitação de antes, mas vejo que o mundo lá fora, não me espera por muito tempo.

– A gente pode conversar com mais calma no seu escritório? – propus.
– Mas não vá apenas pra me enrolar, hein, Christinne?
– Eu não irei fazer isso. – ri. – Pode ficar tranquila, nós iremos acertar essas coisas corretamente.
– Ótimo! Então você me liga quando resolver aparecer. Mande um beijo pra Zoe! Beijo.
– Obrigada, Tatá. Beijo!

Desliguei o telefone e estiquei a mão até a base telefônica para colocá-lo no lugar.

– Zoe, não pode! Tira isso da boca. – briguei enquanto tentava tirar meu pingente da sua boca. – Quer morrer, menina? Não queira matar sua mãe de susto!

Ela ficou me olhando, como se não entendesse o que eu queria dizer. *risos. Beijei sua bochecha e a coloquei de pé em meu colo. Ela já estava um pouco maiorzinha agora. Incrível como sempre que olho em seus olhos, vejo Harry. É inevitável! É como se eles fossem uma única pessoa, apenas divididos em corpos diferentes, mas com o mesmo brilho, o mesmo encanto.

– Eu te amo tanto, princesa. – encarei os lindos olhos de Zoe e ela mexeu os pezinhos em minha perna.


[...]


Entrei debaixo do chuveiro e parei por um instante, deixando a água escorrer até meus pés. O box foi tomado pelo vapor da água quente, assim como meu corpo foi tomado pelo prazer de um bom banho. Tracei as unhas pelo couro cabeludo, permitindo que a água o impermeasse mais rapidamente possível. Demorei alguns mais minutos e logo fechei o registro. Vesti o roupão pendurado na chapeleira e enrolei uma toalha na cabeça para secar os fios úmidos enquanto escolhia uma peça de roupa.

Decidi dar uma volta em Londres, respirar um pouco do ar de fora, ver coisas novas. Zoe também precisa de um passeio, ver pessoas, interagir um pouco mesmo que seja apenas com sua linguagem de bebê. Um pouco de novidade não faz mal á ninguém.

Terminei de vestir o casaco e busquei Zoe em seu quarto, para lhe vestir um agasalho antes de sairmos. Pus uma tiara rosa em sua cabeça, bem frouxinha, e escolhi um novo sapatinho. Talvez um All Star fosse ficar bom nela. Harry quem comprou em uma lojinha infantil, mas ainda não tinha lembrado de colocar em seu pezinho pra ver como ficaria. Era a miniatura de sapato mais fofo que eu já tinha visto.

– Acho que acabamos, né, Zô? – disse enquanto verificava minhas coisas dentro da bolsa, se não me faltava nada.

Coloquei Zoe no carrinho de bebê, que ainda era um pouco grande pra ela, e peguei Tom em uma mão. Tom é o nome do filhote do Otto. Dei esse nome depois de assistir Tom & Jerry com Zoe, mas eu sei que Tom é um gato, porém ele é esperto. Tão esperto quanto o meu Tom. Quero dizer, o Tom do Otto. *risos.

Otto já estava acostumado a ficar sozinho em casa, mas o Tom eu não tinha muita confiança sobre ele. Ainda é pequenininho demais pra ficar longe de uma vigia responsável. Ou ele iria comigo ou eu ficaria o passeio inteiro me martirizando por ter deixado o pobrezinho sozinho em casa.

O carro estava guardado na garagem do condomínio e por sorte, eu não o tinha perdido de vista como da outra vez. Agora os vidros estão concertados e preparados para qualquer coisa. Mandei revestir, como um tipo de blindagem, já que tenho sempre azar com carros e não quero que esse azar ocorra quando eu estiver com Zoe. Eu nem sei o que seria de mim se algo acontecesse com a minha pequena.

Terminei de arrumar Zoe na cadeirinha adaptada ao carro e levei Tom para o banco do passageiro, ao meu lado. Vai que ele decide fazer da Zoe de picolé? Eu não quero nenhum cachorro lambendo minha pequena, nem que seja inocentemente. Imagine quantas bactérias não vai pra passar pra ela? Urgh! É melhor nem imaginar.

Liguei o aquecedor e dei a partida para fora do condomínio, seguindo a pista em direção ao centro. Olhando pelo vidro do carro, o céu estava nublado, mas como se alertasse apenas um frio para o dia inteiro. Olhei  rapidamente para o espelho retrovisor e vi Zoe dormindo novamente. Espero que ela não fique sonolenta o dia inteiro. O passeio ainda nem começou e ela já está nessa preguiça toda!

Estacionei em uma rua pouco movimentada e retirei Zoe da cadeirinha. Tom ia ficar preso pela coleira amarrada no empurrador do carrinho de Zoe, porque só assim eu conseguiria carregar os dois ao mesmo tempo. Ativei o alarme do carro e atravessei a avenida, indo em direção ao Hide Park. Lá estava calmo, tinha pessoas fazendo caminhada e o clima estava perfeito pra tirar muita foto. Eu mandaria todas elas para Harry, só pra mostrar o quanto nos divertimos por aqui. Com certeza ele ficaria ansioso para voltar. *risos.

Comprei um balão para Zoe e amarrei em torno de seu pulso. Era da Minnie e ficava flutuando no ar, chamando atenção. Ela nem tinha ligado muito para o balão, estava atenta mesmo para os pombos passeando pelos cantos. Zoe é bem do contra. Só fica satisfeita com aquilo que lhe der na telha e não com o que a gente oferece. Tom também estava encantado com os pombos e queria avançar neles. Tive que controlar o carrinho e o sorvete pra não perder de vista enquanto tentava puxar Tom de volta. Não me surpreendo em ele ter puxado as travessuras de Otto.

– Eu agradeceria muito se você se comportasse, Tom. – disse assim que pude, finalmente, descansar em um dos bancos do parque. – Caramba, você não para um instante! Tudo bem que é a primeira vez que você vem na rua, mas... Olha para a Zozo! Está mais comportada que você!

Tom me encarava com as orelhas erguidas e se sentou no canto, ao meu lado, como se estivesse arrependido. Bem, ainda existe um lado bom, né? Pelo menos ele me escuta e obedece. Já o Otto...

Peguei o carrinho novamente e agora o guiei em direção ao ponto de comércio de Londres. Ia aproveitar para comprar algumas coisinhas pra mim e pra Zoe. Ainda tinha uma tarde inteira de passeio em Londres, mas por um lado ruim, tinha paparazzis na minha cola. Na Internet do celular, já dava pra ver as primeiras notícias do mundo das celebridades.

"Namorada de Harry Styles aproveita a manhã para passear com a filha, Zoe, no Hide Park. "
" Filha do cantor Styles passeia pela manhã com a mãe. "
" Christinne e Zoe foram vistas fazendo um passeio com o cachorro de estimação em um parque de lazer londrino"

Eram muitas colunas de fofocas com o tema. A sensação é de estar sempre vivendo em uma prisão perpétua cercada de predadores. Você nunca sabe quando está realmente andando em paz, quando está tendo um momento sozinha, se está segura ou não. Você apenas sabe que onde quer que esteja, onde quer que seja, sempre estará sendo seguida por alguém e isso intimida, amedronta demais. Principalmente quando se está com uma criança recém-nascida.

Qualquer loja que eu entrasse, duas em cada três pessoas pediam para tirar uma foto de Zoe ou com a Zoe. Eu tinha receio de deixar minha pequena tão exposta ás câmeras, flashes, mas não iria dizer que não á pessoas tão simpáticas que pararam o que estavam fazendo para me pedir uma única foto com Zoe.

O passeio estava virando notícia em tudo quanto era lugar e me vi obrigada a voltar pra casa, já que um montinho de garotas começavam a me seguir, mas tímidas, apenas criando coragem de chegar e pedir uma foto com Zoe como todas as outras. Dei a partida e antes de pegar a estrada direto para o condomínio, dei algumas voltas pelos bairros da cidade, apenas para checar que não estava sendo seguida. Quando fiquei mais confiante, peguei o caminho direto para o condomínio. Zoe permaneceu acordada o trajeto inteiro, mas Tom acabou cochilando no banco.

Olhei as horas no celular rapidamente, para não perder o foco do caminho, e constei que ainda era cedo como eu imaginava. A foto de Harry dando banho em Zoe estava cobrindo toda a tela inicial do meu celular. Sorri automaticamente e voltei a prestar atenção no caminho. Não sei se vou aguentar tantos meses sem ele, tantas horas, segundos, dias... Não aguento ficar longe daquela voz, daquele sorriso. Nunca aguentei, mas dessa vez a saudade está mais forte, mais apertada dentro do peito.

Acelerei um pouco mais e dobrei a penúltima esquina. Estacionei o mais rápido que pude e tirei Zoe da cadeirinha. Tom já tinha saído pela janela, pulou de uma vez, caindo meio estranho, meio torto, mas inteiro. *risos. Entramos no elevador e contei ansiosamente para que chegasse nosso andar. Minha impaciência estava em um grau elevado, preparado para me explodir.

Entrei no apartamento e subi as escadas para o outro andar apressadamente. Deixei Zoe deitada em minha cama e procurei pelas malas dentro do guarda roupa. Corri ao quarto de Zoe e separei algumas peças de roupa juntamente com todos os produtos de higiene pessoal na bolsinha roxa. Voltei ao meu quarto e dobrei algumas das minhas peças de roupas, colocando-as nas malas encontradas no armário. Penteei o cabelo, apenas para tirar o aspecto de bagunçado e pus uma touca.

– Vem, Zozo! – peguei-a no colo e usei única mão restante para carregar a mala e a bolsa de Zoe. – Vamos visitar o papai.

Desci as escadas, tudo de novo. Que canseira! Tentei correr até o estacionamento com Zoe no colo e refiz todo o processo da cadeirinha dentro do carro. Para chegar á tempo em Atlanta, teria que me virar no relógio ou acabaríamos chegando tarde demais.  Mas eu torço que tudo dê certo!

Girei a chave na ignição e acelerei o carro em direção a saída. Adentrei a pista direta ao aeroporto e fechei as janelas automáticas, evitando que o vento entrasse diretamente em Zoe.

– Já vamos chegar, Zô. – disse olhando-a pelo espelho retrovisor.


[...]


– Harry S.

Terminei de beber uma garrafinha d'´água e segui até a sala da Lou para terminar ajeitar o cabelo. Eu sempre digo que não precisa, mas ela insiste, diz que gosta de mexer em meu cabelo, então... Fazer o quê, né? Louis estava passando por uma transformação, nem tão radical, de penteado. Estavam experimentando um tipo de topete nele e em Niall, mas até que não estava ruim. Ficou estiloso.

– Prontinho, Haz!
– Hm, ficou legal! – encarei meu reflexo no espelho. – Mas ficou quase a mesma coisa, eu disse que não precisava!

Lou riu e deu um tapinha em meu bumbum antes de eu sair.

– Hey Sam!
– E aí, campeão? – ela veio em passos rápidos até me abraçar.
– Bom saber que veio assistir ao show.
– Eu vou é me acabar de dançar! – disse animada.
– Então eu vou fazer esse show tremer. Aguarde!

Ela riu e seguiu ao meu lado, até a sala onde os meninos estavam passando o tempo até a hora do show.

– E como vai sua pequena?
– Zoe? Ah, ela está uma princesa! E bem, graças a Deus.
– Eu comprei um presente pra ela, se não se importa.
– E comprou um pra mim também? – brinquei.
– Não começa, Styles! – riu e bateu em meu braço.

Entramos na sala, mas os meninos não estavam lá. Por um milagre que pareça, o buffet do camarim estava intacto! Niall não tinha atacado nem um presuntinho sequer. Ainda deviam estar fazendo o tal penteado ou passando a roupa do show. Eles sempre deixam pra fazer isso nos últimos minutos!

– Se quiser comer alguma coisa, Sam, pode ficar á vontade! – disse enquanto me sentava no sofá para trocar os sapatos.
– Ah, não, obrigada. Eu estou legal.
– E então? Seu namorado também veio assistir o show ou te deixou de bandeja?
– Eu já disse que ele não é meu namorado. Eu já disse!
– Ah, qual é, Sam? Toda vez que nos encontramos e eu te pergunto sobre ele, você fala mil maravilhas dele. E agora vai dizer que ele não é seu namorado? Até parece que vocês nunca se pegaram!
– Não.
– Aham! Prazer, cinderela. – respondi debochado.
– Harry, eu não sou igual a você que tem sorte de ter qualquer pessoa que quiser aos pés.
– Mas eu não peço por isso! Eu tenho uma garota linda comigo, que eu amo, até mesmo os defeitos. Não quero que ninguém se rasteje por mim.
– Esse é o grande problema! – suspirou frustrada e se sentou no sofá.
– O que?
– Esse é o grande problema, Harry! – tornou a repetir. – Será que você não percebe nem um pouco o que eu sinto?
– Hã? Sam, do que você está falando?

Ela bufou e revirou os olhos. Passou as mãos pelos longos fios de cabelo e respirou fundo.

– Esse tempo todo eu só estive falando de você. Será que você não percebeu isso?
– De mim? M-mas...
– Harry, eu gosto de você. Ele é você!

Engoli em seco e senti meu corpo frisar. O que ela estava dizendo? Estava drogada ou o quê?

– Sam, você está fazendo alguma pegadinha comigo? Por que se for, não tem graça alguma!
– E eu iria mentir sobre meus sentimentos?! – perguntou irritada. O que? S-E-N-T-I-M-E-N-T-O-S?
– Ok, ok... Muita calma nessa hora! – me levantei e procurei por qualquer argumento decente que explicasse á ela aquilo que não poderia existir entre a gente. – Sam, e-eu... Nossa! Tô sem palavras!
– E eu estou sem chão! – suspirou. – Sabe, eu gosto de você desde o colegial, mas você nunca enxergou isso. Ou pelo menos fingiu. E quando você ficou famoso, de repente, eu perdi todas as esperanças de te encontrar novamente em meio á tantas meninas histéricas. Mas agora... Você só tem olhos para a Chris, vive falando dela e dói em mim.

Puxa! Se antes eu não sabia o que dizer, imagine agora?

Cobri o rosto com as mãos e mais uma vez tentei encontrar qualquer coisa que me fizesse se expressar como um cavalheiro diante de algo tão complicado.

– Olha Sam, eu...
– Tudo bem, eu sei que você vai dizer que não sente nada por mim, que ama a Christinne e vai casar com ela. Mas eu só queria tirar esse peso das costas e saber que pelo menos, um dia, eu tentei.
– Sam, por favor...
– Eu vou ficar bem, Harry. – sorriu forçado.
– E a nossa amizade?
– Eu não sei se ainda posso te olhar novamente depois de tudo o que eu disse.

Ela tinha razão. Nem eu era corajoso o suficiente pra isso, mas Sam é uma garota tão legal. Era ótimo andar por aí com ela, conversar, zoar um pouco, relembrar do colegial... Essas coisas de amigos de muitos anos.

– Sam, eu não quero parar de falar com você.
– E quando a sua noiva souber disso que eu te falei? Acha que ainda iremos poder ser amigos? Eu acho difícil, Harry.

Realmente, seria difícil. Eu não iria esconder isso de Christinne.

– Vai assistir ao show, pelo menos? – sorri de canto. Sam se aproximou e me abraçou forte. Um abraço como o dos velhos tempos, um abraço de irmãos, mas com gosto de despedida. – Eu sinto muito, Sam. Mas você vai encontrar seu príncipe verdadeiro.

Ela sorriu e pegou a bolsa antes de ir embora. Soltei um ar pesado pela boca e me sentei no sofá. É ruim perder amigos porque a amizade se torna maior do que deveria, mas... Eu amo a minha Christinne, não posso e nem quero mudar isso.

– Harry Edward Styles?

Olhei para a porta e avistei Christinne. Cocei os olhos para me certificar de aquilo não era uma miragem. Ela estava andando até mim com aquele sorriso no rosto.

– Chris? Mas o que voc...

Ela me calou com um beijo inesperado, que queimava de saudade. Agarrei sua cintura e deixei que o meu coração guiasse aquele momento. Suas mãos não tinham um lugar fixo em meu corpo, mas não era sede de desejo. Ora tocava meu rosto, ora apertava minha nuca. Puxei seu lábio inferior e parti o beijo com alguns selinhos demorados.

Fixei aqueles olhos castanhos e esperei que uma justificativa saísse de sua boca avermelhada. Beijei seus lábios novamente, apenas por não ter aguentado ficar olhando-a por muito tempo.

– Por que está aqui? Cadê a Zoe?
– Calma! – ela riu. – Zoe está com os meninos no camarim e eu vim porque... – ela mordeu os lábios e sorriu. – Não estava aguentando nem mais um segundo sem você.

Foi como uma bomba tivesse chego ao meu estômago, liberando bilhões de borboletas agitadas. Meu coração já não era perceptível aqui dentro por estar tão rápido, cada vez mais, ao sentir seus toques em mim.

– Harry! Um minuto pra subir ao palco! – a produtora avisou da porta e ainda pude ver os meninos passando pelo corredor, com o microfone nas mãos.
– Vai lá, Haz.

Assenti e selei nossos lábios pela última vez, antes de subir ao palco.

– Ei, docinho! Também estava com saudade do papai? – peguei Zoe em meu colo.
– Vamos Harry! Já está na hora! – os técnicos me apressavam.
– Ok. Segura aqui, Lou. – tentei entregar Zoe á Lou, mas ela simplesmente se agarrou em meu pescoço. – Oh, docinho, o papai já vai voltar. Eu prometo! Vá com a tia Lou agora.

Entreguei Zoe e não demorou dois segundos pra ela começar a chorar. Meu peito apertou na mesma hora, queria voltar, largar tudo e ficar com a minha princesa a noite inteira. Mas as minhas outras princesas me esperavam lá fora e não dava mais tempo.

– Eu já volto, Zô! – acenei enquanto a plataforma me levava até acima do palco. Apenas a vi me observando com aquele biquinho de choro, enquanto me distanciava. Eu gostaria de ter trago-a comigo até o palco, mas devo esperar mais um pouco. Por enquanto ele ainda está novinha demais.

Subi ao palco e o mar de garotas histéricas estava formado na arena. Ajeitei o retorno no ouvido esquerdo e corri até o meio do palco com os meninos.








Vas Happenin?
Este foi o último capítulo de Just Dream 3
Espero que tenham gostado.  *-*
Se quiserem ler a sinopse da quarta temporada, basta clicar aqui!
Lembrando que o primeiro capítulo, só dia 08 (sábado).

Malikisses, Biia.








A nova temporada


Estão ansiosas para a próxima temporada?
Eu estou ansiosa pra escrever bastante! haha.

Eu vou falar aqui um pouquinho dessa nova temporada pra vocês, que como eu tinha há uns dias atrás, seria uma temporada bem diferente das outras.
Agora tem a Zoe, lógico e digamos que vai ser uma temporada, meio que, voltada pra ela.
Não que Chris e Harry não sejam mais os principais. É claro que eles ainda são! Mas agora tem toda a expectativa pra primeira fala dela, dos primeiros passos, os primeiros amiguinhos e essas coisas. Então vai ser uma temporada bem cute *-*. Rs Eu espero que vocês curtam esses papais atrapalhados da nova temporada.
E se vocês quiserem dar uma olhadinha na sinopse, é só clicar aqui e conhecer a nova página de postagem.
Gostaram?
Ps: O último capítulo da terceira temporada sai por volta das 17hs ou 18hs de hoje! Vejo vocês lá.
Malikisses, Biia.

Capítulo 49







Abri os olhos e me mexi levemente na cama. Olhei para o lado e encontrei Harry, totalmente apagado, com Zoe dormindo em seu peito, cercado de ursinhos de pelúcia. Ficamos, ontem, a noite inteira brincando com a Zozo. Acabamos tirando o sono da coitadinha e o que resultou foi uma madrugada em claro, tentando fazê-la dormir.

Pensei em acordá-lo, mas a cama estava tão boa e tão quentinha que dava pena. Nem eu queria levantar dali. As cortinas não transmitiam claridade pra dentro do quarto, o que sinalizava uma manhã nublada e fria. Definitivamente não iria sair dali, a não ser que... Zoe começasse a chorar.

Sim, ela acabou chorando. Chorando não! Berrando mesmo. Eu ainda não descobri de onde ela tira essa força da garganta que faz meus ouvidos zunirem por longos minutos.

– Nossa, Zô. Calma, por favor! – Harry acabava de acordar com Zoe gritando em seu ouvido. *risos. Tadinho, a carinha dele de sono estava em um nível extremo hoje. – Chris, o que eu faço? – ele me olhou desesperado. – Ela tá ficando roxa!
– Ela vai parar. – respondi calma, tentando não rir da sua agonia.
– Pelo amor de deus, docinho. Não chora! O papai tá aqui, o que você quer, hein?
– Vai Harry, faça alguma coisa. – o desafiei para apenas ver seus dotes paternos.
– Ok. Você vai ver que eu vou conseguir. – respondeu no mesmo tom de desafio e se levantou com Zoe no colo. – Olha aqui o ursinho, Zoe. Que bonitinho, não é?
– Ursinho, Harry? Nossa, que golpe baixo, hein?
– Ela parou, viu só?
– Ela ama esse ursinho! E você sabe! Queria o quê?
– Só está com raiva porque eu consegui fazê-la parar de chorar mais rápido do que você.
– Ah, me poupe! – cobri minha cabeça com o edredom e torci para recuperar o sono.
– A mamãe tem ciúme, Zoe. É, ela tem sim. – Harry brincava com Zoe.
– Cala a boca! – gritei com a voz abafada do cobertor.
– Viu? Ela tem muito ciúme! – Harry tentou sussurrar para a Zô.

Tirei o cobertor da cabeça e o encarei, parado de pé em frente a cama, balançando nossa pequena em seus braços.

– Para de ser chato?
– Então para de ser ciumenta? – e deu língua.

Bufei e mostrei a língua de volta, o fazendo a cometer a mesma infantilidade de novo. E lá estávamos nós dois, fazendo uma guerrinha de quem mostrava mais língua. Era uma brincadeira idiota, mas se não fosse por ela, não escutaríamos Zoe dar seu primeiro sinal de risada.

– Você está rindo, é, Zozo? – Harry a olhou de um jeito sapeca, brincando com a barriga dela. Zoe mexeu os braços e agarrou sua camisa, o que o fez ficar sorrindo feito um bobo paralisado.

[...]


Hoje era dia de Harry dar banho na pequena, já que ele ainda não tinha feito isso antes. Ele estava com medo de afogá-la ou algo do tipo, mas eu prometi que o ajudaria e ensinaria direitinho como banhá-la corretamente. Eu tive que aprender sozinha, mas por pirraça mesmo, porque eu queria descobrir essa coisa enorme de ser mãe e ainda ser mãe nova demais.

Não é tão misterioso como um livro do Harry Potter. A gente apenas precisa ter carinho e cuidado. Essas são as bases fundamentais em uma criação de um recém-nascido.

– Agora você vai testar água. – disse á Harry. – Se estiver morna, Ok. Se estiver quente, Nem pense! Decorou?
– Ok.
– Tá, então depois de testar a água, você vai tirar a fraldinha dela e colocá-la sentadinha aqui dentro – apontei para a banheirinha rosa e Harry assentiu.

Parei de explicar e fiquei assistindo ele completar as primeiras tarefas com Zoe. Ela estava incomodada com o banho, como sempre, e fazia as pirraças de sempre. Um exemplo era a ameaça de choro!

Eu preciso dizer que essa menina é um prodígio. Tão nova e tão trapaceira. É sério! Faz aquele biquinho todo manhoso, com os olhinhos lacrimejados, como se disesse " Por favor, mamãe, Não!" e na verdade é pura armação pra escapar do banho. Mas depois que fica dentro da banheirinha, não quer outra vida. Aí faz mais uma pirraça e dessa vez, é pra não sair. Vai entender, né?

– Cuidado, Harry. Ela ainda não fica sentada sozinha. – o alertei, percebendo que ele não estava se preocupando em apoiar a palma da mão nas costinhas dela.
– Eu acho que ela não gosta de tomar banho. – disse rindo enquanto passava o sabonete.
– Quem será que ela puxou, né, Haz? – perguntei debochada e ele me olhou com um sorrisinho cretino. – Eu nem imagino. Juro! – ironizei e ele riu.
– É mentira, Zô. Eu não sou tão porquinho assim, tá? Não tente imitar o papai. – terminou de dizer lhe dando um beijo na testa.
– Psiu! Olha aqui!

Harry se virou pra mim e bati uma foto surpresa dos dois. Tinha ficado linda! Zoe tinha saído com a boquinha aberta, olhando Harry. E ele, saiu com aquela cara normal, mas com as mãos cheia de sabão, o que estava engraçadinho.

– Ah, mas você vai apagar!
– Nem por um milhão de libras!
– Eu ainda nem penteei o cabelo.
– E nem eu! Não vê que só você que tem essa frescura?
– Ah é?
– Uhum.

Harry se levantou, tirando Zoe da banheira, e me tirou o celular da mão ao mesmo que me puxou de costas contra sua cintura e tirou uma foto, totalmente contra minha vontade. Eu estava com o cabelo de vassoura, todo pro alto, se me pusessem de cabeça pra baixo, eu com certeza conseguiria dar um brilho em uma casa.

– Você vai apagar! – disse tentando pegar o celular de volta.
– Não vê que só você que tem essa frescura? – Harry me imitou com a voz fina.
– Cala a boca!
– Olha garota... – disse em tom de ameaça.
– Me devolve, Harry!
– Ei, ei! Chega! A Zoe está no meu colo. – deu um tapa na minha testa e a colocou de volta na banheira.
– Wow! Isso doeu, tá?
– Eu nem ligo! – respondeu com indiferença.
– Ah, não? – o olhei incrédula e apenas veio uma única ideia de lhe dar o troco. Abri a mão e dei um tapa, nem tão forte e nem tão fraco, no meio de suas pernas. – E não larga a minha filha! –  disse enquanto o olhava cruzando as pernas com uma expressão de dor e olhos fechados.
– Porra Christinne!
– Awn, tá doendo é? Eu nem ligo!
– Mas vai ligar quando ele parar de funcionar!

Não consegui controlar minha gargalhada e acabei ficando com dó do Harold. Talvez eu tenha exagerado na vingança, mas ele deu um tapa forte, no meio da minha testa, logo em cima de uma espinha que nasceu ontem. Nossa! Doeu demais. E ainda dói!

– Depois eu te dou um remedinho pra sarar. – sussurrei no seu ouvido e beijei sua bochecha antes de sair do banheiro.

Se antes ele reclamava que ia parar de funcionar, aposto que agora algo ficou muito bem ativado nele. *risos.


[...]


Depois de Harry terminar o banho em Zoe, voltamos para o quarto e forrei uma toalha de banho em cima da cama para pôr Zoe. O papai novato teria que aprender a passar uma pomada para assaduras e colocar a fralda. O bom é que ele estava mega disposto a aprender praticamente tudo para cuidar da Zoe, então seria fácil de ensiná-lo.

– E eu passo assim? – Harry imitou os mesmo movimentos que antes eu tinha feito para passar a pomada em Zoe.
– Isso! E se tiver alguma área um pouco vermelhinha, você pode passar uma quantidade maior de pomada. Mas não é tanto! Um pouquinho só a mais.
– Pronto, docinho! – Harry terminou o trabalho e deu um beijinho no pé da Zoe.
– Agora a fralda! – apontei para o pacote ao lado da cama.
– Eu tenho medo de machucá-la. – disse receado.
– Eu vou te ajudar. Você não vai machucá-la. – sorri e peguei uma das fraldas no pacote. – Vamos? – parei ao seu lado e ele assentiu.

Levantei as perninhas da Zoe e Harry pôs a fralda, aberta, por baixo dela. A parte um pouco mais difícil, eu já tinha ajudado em cem por cento. Depois ele apenas dobrou a aba da frente até a barriguinha dela e selou os dois lados adesivos.

– Foi difícil? – perguntei com um sorriso ao vê-lo tão surpreso de ter colocado a primeira fralda.
– Foi divertido. – respondeu rindo e selou nossos lábios.
– Que bom! Agora vamos tomar um café porque eu também preciso amamentá-la.
– Infelizmente não posso fazer isso por você. – fingiu um carinha triste e ri.


[...]

Já devia ser quatro horas da tarde e Zoe estava tirando seu cochilo do dia. Harry tinha o dia inteiro livre, só pra nós duas, então ficou o tempo inteiro no apartamento. Almoçamos a deliciosa torta de frango da Hollie e aproveitamos o horário dela de descanso pra atacar a cozinha com nossos dotes culinários. Só que não! Não temos nenhum talento.

Decidimos fazer brownie de chocolate com sorvete de baunilha, aproveitando que o livro de receitas da Hollie estava dando sopa em cima da bancada da cozinha. Fizemos uma bagunça inteira, com direito a farinha e clara de ovo pra todos os lados. Até mesmo no cabelo! Por um lado, foi ótimo e aproveitamos para tomar um banho juntos, como sempre fazíamos antes. Já fazia tempo que não tínhamos nosso momento a sós, apenas carinhos e beijos. Harry esteve viajando muito e não dizendo que Zoe não era boa companhia, mas eu sentia falta de algo a mais.

Voltamos do banho para tirar os brownies do forno e pela primeira vez nessa vida, não tínhamos estragado nem um terço da sobremesa. Aquilo merecia um brinde, mas um brinde de Coca cola. Lá fora estava chovendo e a combinação de brownies e frio, só podia ser filme! Mas dessa vez, Harry era quem ia escolher o que iríamos assistir. E ele me deixou surpresa ao escolher Anjos da vida - Mais bravos que o mar.

Era uma mistura ótima de ação, romance, drama... Uma escolha perfeita! Jogamos almofadas pelo tapete da sala e ficamos deitados, lado a lado com o tabuleiro de brownies no meio, assistindo ao filme no finzinho da tarde. Zoe dormiu tranquila, como uma mocinha comportada, sozinha em seu quartinho. E mesmo se acordasse, ela permaneceria quietinha, observando os brinquedinhos girando no alto do berço.

Já estava na última parte do filme e eu estava derramando um rio de lágrimas em silêncio. Harry assistia sério, porém com os olhos marejados, quase derramando algumas lágrimas. O fim era emocionante demais, como um fim de Titanic.

– Gostou do filme? – Harry perguntou me puxando contra seu peito.
– Foi bom, mas... Foi um poquinho triste. – limpei algumas lágrimas e Harry sorriu.
– Os brownies acabaram.
– Depois eu faço mais. – respondi olhando o tabuleiro vazio.

Notei que Harry me olhava a todo momento e eu fiz o favor de retribuí-lo. Ficamos apenas olhos nos olhos, bons segundos, absorvendo o silêncio um do outro. Ele estava se aproximando e eu fechei os olhos, prevendo seu próximo passos. Seus lábios tocaram os meus gentilmente ao mesmo que uma de suas mãos segurava minha nuca. Ele partiu o beijo e olhou pra baixo, o que me instigou a fazer o mesmo á fim de saber o porquê de seu olhar ter se desviado dos meus tão rápido. Ele jamais faz isso.

Mas havia uma exceção. Nas mãos dele havia uma espécie de convite e agora ele me olhava de volta, como se quisesse ver minha reação.

– O que acha? – ele perguntou.
– O que é isso?

Ele me entregou o convite e a primeira coisa que notei, foram nossas iniciais na frente em letra desenhada com um pequeno brilho dourado. Abri o pequeno envelope e quase paralisei com o conteúdo do convite.

" O convidamos para nossa cerimônia matrimonial.
St. Paul's Cathedral,  Fevereiro (14). "

– Gostou? – Harry me olhou com um sorriso apreensivo.
– No dia dos namorados? – tentei controlar minha voz embargada.
– Acha que pode conseguir encontrar um véu até o ano que vem? – me perguntou com a sobrancelha arqueada e o puxei para beijar seus lábios. – Já está na hora de trocar a mão desse anel, não é mesmo? – disse puxando minha mão com a aliança de noivado e a beijando.
– Harry, tem certeza disso? E-eu não quero que façamos isso só pela Zoe, que seja por nós dois!
– Eu preciso me jogar do Big Ben pra provar que eu te amo mais que á mim mesmo?
– Não, não faça isso! – ri. – Eu só acho que seja um passo importante demais.
– Já fizemos um trilha de passos importantes na nossa vida, Chris. Olha a Zoe de exemplo! – segurou minhas mãos. – Eu não quero mais ser seu namorado. Esse cargo já não serve mais pra mim. Eu quero concretizar nossa família, quero ter a minha mulher ao meu lado, pra sempre! Entende?

Assenti em meio as lágrimas.

– E essa mulher tem que ser você, meu amor.






Vas happenin?
Gostaram desse capítulo?
Avisando que esse é o penúltimo capítulo da temporada.
Como passou rápido! ;\
Mas tem a quarta temporada! \o/
Amanhã eu vou postar a sinopse da quarta temporada pra vocês terem uma ideia de como vai ser, ok?
Ainda bem que vocês gostaram dessa temporada e prometo que a próxima vai ser ótima!
Ps: Eu quero um Haz pra me pedir em casamento. *-* haha.
Malikisses, Biia.









Capítulo 48





– Chris

Minha mãe tinha ido embora um pouco mais cedo. Ela disse que ia fazer umas comprinhas no centro e logo voltaria para o hotel. O relógio da sala já marcava dez da noite e Zoe estava deitada na minha cama, tirando um pequeno cochilo. Enquanto estivermos sozinhas, ela irá dormir aqui comigo. Mas o problema é que eu ainda não estava com sono e permanecia sentada em frente á escrivaninha lendo um livro online no notebook.

Meu celular vibrou, alertando uma nova mensagem da Els. Ela estava perguntando por Zoe, se estava bem e se precisávamos de alguma coisa. Ficamos conversando um pouco pelas mensagens e acabei enjoando da Internet. Pensei, pensei, olhei pra Zoe dormindo, pensei mais um pouco e decidi ligar pra Harry.

– Fala, meu anjo. –  Harry atendeu como quem tentava se recuperar de risadas
– Tá muito ocupado, Haz? –  me deitei na cama e pus Zoe deitada de bruços na minha barriga.
– Não, não estou.  –  ouvi algumas vozes lá trás. – Como está a Zoe?
– Está bem. E está dormindo na minha barriga agora. –  ri olhando para o pinguinho de gente, mergulhada no sono profundo.
– Dê um beijo nela, por mim.
– Tá. E então? Como está sendo a divulgação?
– Ah, está sendo...
– Harry! Olha, o Louis está roubando! – disse uma voz feminina em meio aos risos.
– É mentira! –  Louis gritou de volta, no mesmo estado de risadas.
– Vocês estão se divertindo bastante, não é mesmo? –  perguntei incomodada com a voz feminina. Eu não reconhecia aquela voz e não se cabia a nenhuma das produtoras dos meninos. Eu conheço cada uma perfeitamente.
– Estávamos jogando Need for Speed. –  Harry voltou a responder ao celular, depois de tanto rir de algo que eu desconhecia até o momento.

Simplesmente o-odei-o quando ele não me dá atenção ao telefone! Se está ocupado e dando atenção para os que estão á sua volta... Então não atenda a porra do celular!

– Quem 'tá aí, Harry? –  mudei o tom de voz ao notar que a 'mocinha do outro lado, não parava de tagarelar com Harry.
– Ermm.. Louis, Zayn, Sam e Niall.
– Quem é Sam? Cadê o Liam?

Liam deveria estar lá nesse momento. Ele estaria controlando essa bagunça que está acontecendo e ainda como uma tal de Sam.

– Liam saiu com o Andy. Sam é uma amiga minha do colegial. Depois vou te apresentar.
– Hm.
– Amor, eu... Vou resolver aqui um probleminha com o Louis. Ele está tentando sabotar meu jogo, amanhã a gente se fala.
– Tudo bem. Tchau!

Desliguei e coloquei o celular na mesinha ao lado da cama. Zoe se mexeu e abriu os olhos, me olhando diretamente com aquela carinha agoniada, de susto.

–  Own, meu Deus! Eu te acordei, docinho? Oh, que maldade! –  me sentei na cama com ela em meus braços. Senti meus seios inchados, pesados. Já devia ser o leite surtindo o efeito de quantidade e isso dizia que já estava na hora de amamentá-la. É sempre doloroso, mas ver o rostinho de felicidade dela, diminui qualquer dor.

O celular vibrou na mesinha e eu o peguei rapidamente, tentando não atrapalhar Zoe se alimentando.

" 1 Nova mensagem –  Haz. "

Esqueceu do Eu te amo!  '-'  Espero que não esteja brava comigo, meu anjo. Te amo. Xoxo.

– E eu espero que você tenha juízo. – falei ao terminar de ler a mensagem.


*Uma semana depois*

 – Zozo! Olha pra mamãe!  – mirei a câmera fotográfica em Zoe. Tinha terminado de dar um banho nela, mas queria registrar o momento, o que estava sendo difícil.  – Aqui, meu amor! Olha aqui. Olha o patinho, Zozo!  – apanhei o patinho de borracha e apertei diversas vezes, na tentativa de chamar sua atenção, mas ela nem me dava bola. Estava apenas olhando o teto, mexendo os pezinhos calmamente.  – Vamos! Só uma olhadinha.  – choraminguei.

O telefone da sala começou a tocar e tive que largar a máquina para atender. Desci as escadas correndo e quase escorreguei na cera que Hollie tinha passado no piso de madeira.

Praticamente uma maratona para apenas ser mamãe, perguntando se podia vir até aqui mais tarde. Deixei Zoe sozinha lá em cima pra algo totalmente desnecessário, já que minha mãe sempre vem aqui a hora que quer e nem sempre avisa.

Voltei ao quarto e encontrei uma chamada perdida no celular. Era Harry.

Zoe permaneceu quietinha, deitada em minha cama, do jeitinho que eu tinha colocado. Terminei de vestir sua roupinha e pedi que Hollie a olhasse enquanto eu tomava um banho pra sair. A criadora de labradores me ligou hoje mais cedo dizendo que o filhote de Otto estava pronto para ser levado.

[...]

 – Harry S.

 – Hollie? Chris?  – adentrei o apartamento carregando a mala em uma mão.  – Vem, pode entrar, Sam.  – abri espaço pra que ela entrasse e fechei a porta. Larguei o peso na sala e subi as escadas, indo diretamente ao quarto de Zoe.

Hollie estava sentada na poltrona, embalando Zoe para o sono. Ainda não tinha notado minha presença e por isso, dei uma leve batida na porta, fazendo-a olhar rapidamente para mim.

 – Oh, Harry! Não sabia que você iria chegar hoje.  – disse surpresa.
 – Chris deve ter esquecido de avisar.  – caminhei até as duas e peguei Zoe em meu colo.  – Ei, docinho! Sentiu falta do papai?  – ergui-a no alto e depois beijei sua bochecha demoradamente.  – Essa é a famosa Zoe, Sam.
 – Ela é linda, Harry.  – Sam disse nos observando do canto do quarto. Trouxe-a porque ela estava querendo muito conhecer Zoe e além do mais, ela era minha melhor amiga no colégio, fazia questão de apresentá-la minha família.
 – Eu vou olhar as panelas no fogo, Harry.  – Hollie disse se levantando da poltrona.
 – Tudo bem. Pode deixar que agora eu cuido dela.  – pisquei com o olho direito e Hollie saiu.  – Trouxe um presente pra você. Será que você vai gostar?  – perguntei a Zoe enquanto a levava até a sala em meu colo.

Desci as escadas, sendo seguido de Sam,  e tentei abrir a mala enquanto a segurava em meus braços. Escutei a porta da sala se abrir e olhei para a mesa, a fim de saber quem entrava.

 – Harry?  – Chris me olhou um pouco surpresa, depois encarou Sam.
 – Onde você estava?
 – Fui buscar o filhote.

Olhei para o cachorrinho em seus braços.

 – Ah, tá. Então, essa daqui é a Sam, minha amiga do colegial.  – apontei Sam e a mesma se aproximou de Christinne para cumprimentá-la.
 – Estou bem, obrigada.  – Chris respondeu daquele jeito seco, que eu já sabia ser sintomas de ciúmes.
 – A filha de vocês é uma gracinha!  – Sam elogiou diretamente á Chris.
 – Uhum, obrigada.  – forçou um meio sorriso.  – Vem cá, meu amor. Vamos subir?  – ela pegava Zoe do meu colo.
 – Vai subir?
 – Tenho que amamentá-la.  – respondeu sem ao menos me olhar por um segundo. Subiu conversando com Zoe e deixou somente eu e Sam na sala.
 – Ela não gostou de mim.  – Sam disse com um sorriso sem graça.
 – A Chris é assim mesmo. Ela costuma ser muito rígida com desconhecidos, mas logo ela muda. – menti.

Desde quando Christinne é assim? Se ela olhar e não gostar... Fudeu! Vai ser ódio para a vida inteira e mais uma próxima encarnação. Principalmente se for ódio sucedido de ciúmes. Ninguém aguenta!


 – Chris


Coloquei Zoe no berço do seu quarto e beijei sua testa, carinhosamente, antes de sair. Ela não iria mamar agora, já que tinha feito isso muito mais cedo. Foi apenas uma desculpa pra não ter que forçar simpatia com a amiguinha do Harry. Não gostei dele ter trago ela até o nosso apartamento, sem a minha presença e ainda por cima, no dia em que ele acabou de chegar da turnê.

Deitei na cama e ainda pude ver o filhotinho do Otto invadindo o quarto com aquelas patinha miúdas. O barulho das unhas ecoava contra o piso de madeira e não demorou muito pra ele me achar e começar a latir, como pedido de atenção. Filhotes são sempre muito carentes, seja humano ou bicho.

O coloquei ao meu lado na cama e ele apoiou as patas em minha barriga, enquanto farejava com o focinho meu cabelo, pescoço, braços e tudo mais que alcançava. Cachorros que farejam são fofos e faz cócegas quando ele fazem isso. Eu imagino que Zoe gostaria de ser farejada. *risos. Ela adora quando eu vou trocar sua roupa e fico dando cheirinhos na sua barriga e nos pezinhos. Já até começou a querer rir.

 – Posso entrar?

Levantei a cabeça e encontrei Harry parado na porta do quarto.

 – Pode.  – deitei no travesseiro novamente e acariciei o filhote, só para não ter que olhá-lo nos olhos, já que estava se sentando ao meu lado na cama.
 – Olha pra mim.

A frase que eu tanto temia foi dita por ele. Respirei fundo e o encarei seriamente.

 – Por que não atendeu minhas ligações essa semana?
 – Porque eu não vi.
 – 52 chamadas?!

Revirei os olhos e voltei a dar atenção ao cachorrinho.

 – Chris, eu estava preocupado com você e com a Zoe. Não faça mais isso!
 – Hm.
 – Eu só estive pensando em vocês duas a viagem inteira! E quando eu chego aqui, você nem me dá, ao menos, um abraço.
 – Você parece sentir mais falta da sua amiga do que de mim.  – o encarei novamente e ele sorriu de canto, como se achasse boba a minha resposta.
 – Sam é a minha amiga, Chris. Mas eu amo muito mais você e sinto muito mais sua falta.  – segurou meu queixo e tentou me puxar para me beijar, mas não o deixei.
 – Não gostei de ter trago ela aqui.
 – Chris, por favor.
 – Harry, eu nunca vi essa garota na minha vida! E quando eu chego, a primeira coisa que vejo é ela na minha sala, sorrindo pra minha filha!
 – Nossa filha!
 – Tá, eu só fiquei nervosa!  – passei as mãos no rosto e Harry me abraçou de lado.
 – Olha, eu te amo demais, tá? Gosto quando você sente ciúmes porque sei que me ama da mesma forma e tem medo de me perder, mas... Agora não há motivo pra isso. Confia em mim. E além do mais, você nunca vai me perder pra outra garota.

Suspirei cansada e relaxei meu corpo em seu abraço.

 – Desculpa.  – sussurrei o abraçando de volta.
 – Também te peço desculpas.

Levantei o rosto e passei meus braços em volta de seu pescoço, chegando cada vez mais perto para beijá-lo. Nossos lábios se encontraram docemente, fazendo meu estômago formigar de felicidade.

 – Te amo.  – Harry sussurrou contra minha boca.
 – Também te amo, meu anjo.

Nos beijaríamos novamente, mas Zoe começou a chorar no quarto ao lado.

 – Eu vou lá pe...
 – Não!  – Harry me puxou de volta.  – Deixa que eu vou. Ela prefere o pai.  – disse me mostrando a língua.
 – AHAM, gostosão.   – o olhei com irrelevância.
 – Não precisa ficar com inveja. Ela me disse outro dia que também gosta de você.

Ri e balancei a cabeça.

 – Ela nem ri ainda!
 – Mas quando falar, já sabe qual vai ser a primeira palavra, né?  – ergueu uma das sobrancelhas.
 – É claro! Vai ser ''mamãe''.
 – Veremos!
 – É claro que vai ser!
 – Vamos apostar?
 – Como quiser!  – estendi a mão.
 – Não, não. É corrida mesmo.  – olhou pra mim e em seguida pra porta.
 – Até a Zoe?
 – Até a Zoe!  – confirmou.

 – Então chora porque você é a mulher do padre.  – corri pra fora do quarto e apenas escutei Harry gritar que eu estava roubando.







Vas happenin?
Gostaram desse cap.?
Amei o comentário da Maira no capítulo anterior. haha
Malikisses, Biia.