– Harry
S.
– Zoe vai nascer? –
Gemma berrou no meu ouvido, o que me afastar um pouco telefone com os olhos
cerrados. Já podia escutar todo mundo gritando e comemorando do outro lado da
linha.
– É Gemma! Avisa a
minha mãe e diga pra vir rápido. Eu vou desligar porque prometi ir pra sala de
parto com ela.
Gemma já tinha
desligado na minha cara. Bufei e guardei o celular no bolso, enquanto corria
pra alcançar Chris e a enfermeira andando pelo corredor hospitalar. Elas
entraram em uma sala pequena, com a mesma maca da sala anterior. Apenas as duas
enfermeiras estavam na sala e já se preparavam para fazer o parto.
Andei até o lado da
Chris e segurei sua mão.
– Pode fazer um
pouquinho de força? – uma das enfermeiras pediu enquanto se posicionava entre
as duas pernas de Christinne. Oh, aquilo
ia doer. Muito! – Mais um pouco, Chris!
– Eu não consigo,
dói demais. – respondeu com a voz embargada.
– Calma, calma...
Respira, ok? Isso é normal, tá? É só concentrar em empurrar o bebê pra fora.
Vamos tentar de novo?
Ela assentiu e o
processo se reiniciou. Eu via as expressões de dor em seu rosto. O suor descia,
apesar do frio que se fazia tanto ali dentro quanto lá fora. Ela cravou as
unhas em minha mão, quase me arrancando sangue, e então as veias da testa se
alteraram, passando de verdes e pequenas, para roxas e gigantes. Acho que eu já
era capaz de sentir a dor dela naquele momento.
– Rita! Vem aqui,
por favor! – ela chamou pela ajuda da outra enfermeira.
– O que foi? Algo de
errado? – olhei-a preocupado.
– Não, está tudo
bem. Pode ficar calmo.
A outra enfermeira
chegou e parou ao lado dela. As duas conversaram entre si e voltaram a pedir
esforço da Chris, que aliás, já estava me preocupando com o seu estado sofrido.
– Vamos ter que
levá-la para a sala de cirurgia.
– Há algo errado? –
voltei a perguntar.
– Ela pode não
aguentar o parto normal, não tem forças o suficiente. – a outra respondeu
enquanto vinha com uma cadeira de rodas para colocá-la. – O senhor aguarda na
recepção um pouco. Ela vai passar por alguns exames, depois o chamaremos de
volta.
– Tudo bem. –
respondi desolado, voltando para a recepção.
Minha mãe, Gemma, a
mãe da Chris e os meninos estavam na recepção. Eles estavam animados por me ver
voltando, com certeza, achando que Zoe já tinha nascido.
– E então? – Liam
foi a primeiro a se manifestar.
– Ela foi pra sala
de cirurgia. – falei preocupado, procurando um banco pra se sentar. Tirei a
touca e baguncei o cabelo, pensando em algo que me fizesse ficar menos
agoniado.
– Tá tudo bem, Haz.
Ela vai ficar bem. – Gemma sentou ao meu lado e me abraçou, se encostando em
meu peito. Sorri e acariciei o topo da sua cabeça, fazendo-a sorrir.
– Gemma tem razão! –
minha mãe disse. – Agora só nos resta esperar para ver a Zoe.
Suspirei e deitei a
cabeça no recosto da poltrona, olhando para o teto branco. Os meninos foram se
sentando nos respectivos bancos e relaxando em seguida. Meus pés balançavam num
ritmo insano, o nervosismo estava me domando
desesperadamente a cada segundo passado. O silêncio tinha tomado conta,
ninguém preferia conversar, apenas o barulho do telefone da recepção que soava
vez ou outra. Um crucifixo na parede esquerda, me fez lembrar do terço que
tinha dado á Christinne quando ela embarcou para Dublin. Espero que ela o
esteja usando hoje.
Como os meses se
passaram rápido! Ontem mesmo eu estava discutindo com Christinne, me
perguntando como seriam nossas vidas com um criança, imaginando em como Simon e
as fãs reagiriam. Estava arrependido, imaginando o fim da minha vida quando Zoe
nascesse, mas... Tudo mudou radicalmente!
Como que uma
coisinha tão pequena pode nos transformar tanto? Sabe, eu ainda nem imagino
como seja seu rosto, seu cabelo, seu jeito e já estou perdidamente apaixonado.
Entro em euforia em apenas escutar seu coração batendo por trás das máquinas de
ultrassonografia, com um simples chute.
Tão pequena e tão avassaladora...
– Senhor?
Uma voz misteriosa
despertou a atenção de todos. Para fim de suspense, era a enfermeira.
– Sua mulher está
entrando em trabalho de parto. Quer acompanhar?
Todos me olharam num
instante. Olhares curiosos, felizes, ansiosos. Minhas pernas estavam bambas,
mas ainda pude aplicar forças para me levantar. Larguei apenas meu celular com
a Gemma e segui a enfermeira para o corredor de Emergência enquanto vestia o avental,
touca e luvas de higiene para acompanhar a cirurgia.
Entramos na sala e
de cara avistei a mesa de cirurgia no centro. Pequenas cortinas de pano tapavam
a visão do tronco de Christinne e os enfermeiros trabalhavam rapidamente
desembrulhando as ferramentas cirúrgicas.
– Oi meu amor. Tá
tudo bem aí? – andei até o lado da cabeça da Chris e ela sorriu assentindo. –
Consegue falar?
– Sim, mas não quero
chorar. – respondeu emocionada. Sorri de canto e segurei sua mão. Enquanto a
olhava, constei que usava o terço que eu havia lhe dado.
– Senhor, você
precisa se afastar. – um dos enfermeiros pediu, me empurrando de leve para
trás. Minhas mãos estavam trêmulas. O momento era tenso demais e aquele barulho
da máquina de batimentos cardíacos me deixava mais agoniado ainda.
– Corte realizado
com êxito! – uma das enfermeiras anunciava para os outros profissionais. O
médico colocou a tesoura na bandeja de prata em minha frente e o meu estômago
embrulhou com tanto sangue.
Olhei para
Christinne, só me certificando de que ela ainda estava viva depois de ter
pedido a metade do sangue do corpo. Mentira! Eu exagerei um pouco.
– Ela já está aí? –
Chris perguntou sorrindo boba.
– Calma, mamãe.
Aguenta esse coração! – a enfermeira brincou sorrindo. – Já estamos vendo o
pezinho dela.
Coração disparado
com sucesso! Logo o pezinho que tanto chutou Christinne esses meses inteiros e
eu quero tanto vê-lo de perto...
– Ela já está vindo.
– um dos médicos anunciou. Tentei me aproximar discretamente, fiquei na ponta
dos pés, só para tentar ver um pedacinho dela. Minha ansiedade era ilimitada. –
Só mais um pouquinho e... Tá quase, calma, quase... Aê!
E então a enfermeira
ergueu a menina mais linda de toda a minha vida. Ela chorava, berrava, com
todas as forças, fazendo meus olhos se encherem de lágrimas incontroláveis.
Christinne estava aos prantos, apenas escutando seu choro ecoar pela sala.
– Muito saudável!
Quanto orgulho! – a enfermeira elogiou enquanto a levava para cortar o cordão
umbilical. Puseram uma pulseira branca em seu pulso e se aproximaram com ela em
minha direção.
– Parabéns, papai! –
a enfermeira disse me entregando Zoe.
Segurei-a com toda
delicadeza possível, sentindo o nervoso de ainda ser molenga demais. Olhei-a
por longos segundos, com aqueles olhinhos fechados, boquinha rosada, mãozinhas miúdas... Ela era perfeita! Tão
perfeita, mas tão perfeita, que eu começava a achar que estava dormindo e
sonhando com o parto.
– Zoe? Ei, Zoe! Quer
dar um oi pra mamãe? – perguntei me aproximando da mesa de cirurgia e
Christinne sorriu, com o rosto banhado de lágrimas. Inclinei a pequena perto de
seu rosto e ela chorou mais um pouco. Devia estar agoniada por não poder
tocá-la, por conta da anestesia geral. Era uma pena!
[...]
– Zoe nasceu! –
voltei para a recepção, anunciando com um sorriso no rosto. Os caras se
levantaram gritando e comemorando, pulando em cima de mim. Minha mãe e minha
sogra apenas choravam emocionadas, se abraçando e dando "Graças a
Deus".
– Cadê? Eu quero ver
minha afilhada! – Louis se soltou do abraço, secando as lágrimas. Até mesmo
Zayn, o badboy, estava chorando emocionado. Eu deveria ter trago uma câmera pra
guardar essa cena eternamente. Ah, se deveria!
– Acalmem-se!
Christinne está passando pela cirurgia pra fechar o corte e ainda vai
amamentá-la. O doutor pediu que esperássemos no máximo, uns quarenta minutos.
– Ainda?! – Gemma se
exaltou e a recepcionista nos pediu silêncio pela milésima vez. *risos.
– Mas vocês não vão
se arrepender de esperar. Minha filha é linda!
– Ownnn!
– Vocês precisam
ver! Ela é a minha cara!
– Iiih, coitada,
hein?
– Cala a boca,
Louis! – empurrei seu ombro e ele riu.
– Chris
Os movimentos dos
braços tinham se recuperado. A enfermeira Rita estava terminando de enrolar
minha princesa no mantinho rosa para me entregar. Minhas estruturas se abalavam
só de escutá-la fazendo alguns gemidos, choramingando, ameaçando choro...
Finalmente eu a tinha em minha frente!
– Olha sua pequena
aqui. – Rita se aproximou sorrindo pra ela e me entregou nos braços.
As palavras sumiram.
Tudo o que eu queria dizer pra ela, simplesmente saiu em forma de lágrimas.
Escorrei meus dedos até suas mãozinhas delicadas e toquei seus dedos de leve,
sentindo o calor que ela me passava. Acariciei seu rosto passando por testa, bochechas,
nariz, lábios, queixo... Tudo tão pequeno, tão adorável, perfeito! Como eu
poderia ter feito algo tão lindo? Sem dúvidas é a obra mais perfeita que já
consegui criar.
– Você precisa
amamentá-la agora. Quer que eu te ajude?
– Éem.. Tá. –
respondi um pouco receada. Será que eu não era capaz de amamentá-la sozinha?
Desci um pouco a
alça da camisola de hospital e induzi Zoe a se alimentar em um dos seios. Ela
demorou um pouco achar, o que foi engraçadinho, mas foi um pouco dolorido
senti-la me sugando feito um sanguessuga. Ela estava com uma fome de cinquenta
mendigos.
– Nossa! É assim
mesmo? – perguntei preocupada á enfermeira e ela sorriu assentindo. Voltei a
olhar pra Zoe e acabei sorrindo automaticamente. Beijei sua testa e deitei a
cabeça no travesseiro enquanto aguardava ela terminar de se alimentar.
– Harry S.
Meu tweet já tinha
uma repercussão mundial. Todos estavam eufóricos com o nascimento da Zoe, só se
falava daquilo no Twitter. Falando bem ou não, o assunto era apenas esse. A
maioria pedia um foto, queriam vê-la, estavam á fim de saber á quem tinha puxado.
Modéstia parte, puxou a mim, né? Por favor.
Desliguei o celular
por um instante e fui até a recepção pra saber mais notícias de Christinne. Ela
disse que a cirurgia já tinha acabado e agora ela estava terminando de
amamentar Zoe. Eu estava ansioso demais para segurá-la novamente, nem que fosse
por trinta segundos como antes, mas eu só queria ficar com ela. Minha mãe e
minha sogra também estavam loucas para vê-la, até porque elas ainda não tiveram
a oportunidade, mas a recepcionista disse que se esperássemos mais um pouco,
poderíamos ir até o berçário vê-la.
[...]
– Olha ela ali! –
apontei para o único bebê do berçário. A enfermeira acabava de trazer mais um
para o berçário, mas nós apenas observamos do vidro externo.
– Oh, que fofa! –
Gemma colou os olhos no vidro, desesperada para vê-la o melhor possível.
– Olha! Já está até
de olhos abertos. – minha mãe quem notou. Olhei atentamente e tirei a dúvida.
Sim, ela já tinha aberto os olhinhos. Alegria infinita, já que eu estava doido
para ver esses olhinhos me olhando.
– Nossa! Mas é tão
pequena. – Niall disse surpreso. As vezes ele não tem senso, eu sei.
– Você queria que
ela nascesse como? Com o tamanho de uma jogadora de basquete? – perguntei
ironico. – Ela nasceu hoje, Niall!
– Vocês gostariam de
visitar a mãe? – a enfermeira se aproximou, nos olhando um por um. – Mas apenas
três!
Combinamos de ir eu,
minha mãe e a minha sogra. Ah, como eu gosto de chamá-la assim, notou? Sogra!
Acho que já posso chamá-la assim, já que estamos noivos. Wow! Tem que pensar em
casamento logo logo. Não quero ficar apenas noivo por muito tempo. Já somos uma
família. Jovem, mas uma família.
– Ai, minha filha!
– Calma, mãe. Não me
sufoca! – Chris pediu enquanto sua mãe a abraçava emocionada. – Oi Anne!
– Fez um ótimo
trabalho, querida! – minha mãe a elogiou. – Zoe é um anjo!
Ei! NÓS fizemos um ótimo trabalho! Por que ninguém
me elogia?
– Eu fiquei tão
pouco tempo com ela... – disse chorosa. – Já estou com saudade.
– Somos dois. –
disse me aproximando para beijá-la rapidamente. – Ela é linda, Chris. Puxou
totalmente á mim. – brinquei e ela deu um tapa em meu braço. – Não, mas agora é
sério. Ela é mais que linda, ela é perfeita. Sabe, nem parece que veio de mim.
– Gemma está
eufórica para vê-la.
– Eu imagino, Anne.
Ela não parava de falar em Zoe ultimamente. – Chris riu.
– Já estava
acostumado com o seu barrigão, mas agora... – olhei para o lençol fazendo uma
linha reta em seu corpo. Aquela barriga tinha, definitivamente, ido embora.
– Graças a Deus!
Aquela barriga pode ser lindinha e etc, mas eu prefiro a minha original. –
respondeu pondo as duas mãos sobre a barriga e em seguida uma cara de dor.
– O que foi? –
olhei-a preocupado.
– Eu esqueci dos
pontos. – disse rindo e acabamos rindo também.
– Daqui a pouco vai
sarar. Eu vou cuidar de você. – beijei sua testa e sentei na poltrona ao lado
da cama.
– Éer... Então... Eu
e Anne vamos ir ali fora... Beber uma água... Pegar um ar... – minha sogra
olhava pra minha mãe com cumplicidade. Eu e Chris nos entreolhamos e seguramos
uma risada.
– É mesmo! Eu tô
morrendo de sede! Vamos lá fora. Até mais, crianças! – minha mãe disse saindo
de fininho.
Até quando ela vai
nos chamar de crianças? *risos.
– Acho que elas
queriam nos deixar á sós. Eu apenas acho! – Chris disse debochada e rimos.
– Tá tudo bem agora?
– perguntei me recuperando dos risos.
– Está tudo ótimo!
Mesmo com essa dor, está perfeito! – respondeu com um sorriso. – Zoe finalmente
está aqui.
– É, ainda não
consigo acreditar. – sorri de canto. – Estou tão orgulhoso de você...
– Por que? –
perguntou com um sorriso surpreso.
– Além de me fazer o
homem mais feliz desse mundo, todos os dias, me deu uma filha maravilhosa.
– Não conseguiria
sem você.
– Mas eu não estaria
numa loucura dessas se não fosse com você.
Ela sorriu
largamente e ficou me olhando por incansáveis minutos.
– Eu te amo! –
finalmente se pronunciou.
– Eu também te amo,
amor. – respondi segurando sua mão. – Você e Zoe são minha vida agora. Não
precisa se preocupar com nada, eu vou cuidar de vocês duas sempre. Sempre! – me
inclinei um pouco e selei nossos lábios.
Vas Happenin?
Zozo nasceeeu! Que fofa! <3
O que acharam do capítulo?
Malikisses, Biia.
Fofura eh pouco pra descrever! Per-fect <3 continuaaaaa Bia
ResponderExcluirOiii sou eu Cecília, nesses próximos dias eu vou ter que comentar como anônimo pq estou tendo que ler pelo pc!
ResponderExcluirEsse capítulo foi simplesmente perfect!!!!!!! pra falar vdd perfect é pouco pra descrever tudo!
continuaaa
malikisses