Capítulo 45







Anne estava terminando de temperar o Peru da ceia enquanto eu preparava a torta de maçã. Os meninos estavam no jardim com as irmãs de Zayn, brincando de guerra na neve. A tarde estava tranquila e perfeita, apesar do frio horroroso abaixo de zero. Trisha e Yasser tinham ido ao mercado comprar algumas coisas que estavam faltando pra ceia e mais tarde iriam ajudar no restante da decoração. Harry é quem tinha comprado a decoração com efeito de neve para espalhar pela casa. Ele teve um bom gosto nessa parte, tenho que confessar.

– Bom dia, meninas! – Gemma apareceu na cozinha, ainda com pijama de moletom.
– De  ''menina'' aqui só tem a Chris. – Anne respondeu rindo.
– Relaxa, Anne. Ainda está com tudo em cima. – pisquei com o olho direito e ela sorriu.
– Dormiu bem? – Gemma perguntou deixando um beijo em minha bochecha e na minha barriga.
– Com um pouco de pena, mas dormi bem.
– Pena?! – ela arregalou os olhos.
– Os meninos fizeram guerra de travesseiro nessa madrugada. – Anne respondeu revirando os olhos.
– Então é por isso que eu ouvi umas risadas ontem á noite. – ela disse estranhando enquanto pegava um copo de suco.
– Tia Anne, olha o que o Zayn fez comigo! – Safaa apareceu na cozinha, toda chorosa, com neve até na alma.
– Safaa! Mas... Meu Deus do Céu! – Anne largou o avental e se aproximou pra tentar ajudá-la.
– Eu quero a minha mãe!
– Calma Sah! A gente vai tirar isso de você. – Gemma tranquilizava enquanto tirava a neve dos ombros e cabelo.

Andei até a varanda e avistei os meninos, ainda, guerreando na neve. Niall estava mais branco que o normal e ainda corria com a pobre da Waliyha nas costas, Zayn estava com o topete grisalho e Liam corria atrás do Louis. Louis tropeçou e caiu no boneco de neve da Els e Gwen, que soltaram alguns palavrões irritadas.

– Acabou a brincadeira! Todo mundo pra dentro. – berrei da varanda e eles pararam tudo que estavam fazendo.
– O que? Por que?! – Niall acabou deixando Waliyha cair no chão.
– Porque o queridinho do Zayn encharcou a própria irmã de neve.
– Foi brincadeira! – Zayn se justificou.
– Não interessa! Pra dentro! Uuuum, doooois...
– Aff, já estamos indo! – Louis resmungou enquanto pegava o cachecol no banco.

Os outros meninos pegaram as coisas e entraram. Safaa ainda estava chorando porque a neve estava dando dor de cabeça. Dor de cabeça mesmo vai ter a Trisha quando chegar e ter que consolar a filha com bronquite. Vê se isso é ideia de gente normal? Neve! E eu achando que Zayn era o mais responsável...

– Acho que já está na hora de montarmos a decoração, não acha? – Harry adentrou a cozinha, retirando o casaco.
– É melhor esperar Trisha e Yasser chegar.
– Hm, poderíamos fazer sozinhos. –  disse se aproximando e pegando minha cintura pra me beijar.
– Eu não vou poder ajudar em quase nada. – respondi olhando pra minha barriga gigante.
– Quatro dias! – disse se referindo ao parto.
– É... Estou ansiosa, Harry.
– Eu sei, eu também estou. – selou nossos lábios. – Vai dar tudo certo! – sorriu.
– Harry! – Gemma apareceu na cozinha. – Trisha e Yasser chegaram e estão querendo ajuda pra carregar as compras.

Harry revirou os olhos e suspirou cansado.

– Já volto! – me beijou e saiu da cozinha.

[...]


Terminei de prender o cabelo em frente ao espelho do quarto de Gemma e apanhei o cachecol em cima da cama. Logo ela saiu do banho e adentrou o quarto, pedindo ajuda pra prender uma das alças do sutiã nas costas. Todos já estavam arrumados para a noite de Natal, já era nove da noite, a casa estava toda decorada. Anne estava nos apressando para começarmos o amigo oculto. Mamãe tinha chego á pouco tempo, ela estava hospedada no centro, já que aqui não tinha onde ela dormir e Anne não queria que ela dormisse na sala, ainda por cima no chão.

Chegamos na sala e me sentei ao lado de Harry. Era bom ver todos reunidos, sorrindo e conversando animadamente.  Anne começou a revelar o primeiro presente da noite. Cada um levantava, fazia um discurso ''comovente'' e entregava seu presente. Eu não sei se aguentaria ficar em pé, já que passei o dia inteiro sem sentar com essa barriga enorme. Minhas pernas e coluna estão detonadas. A verdade é que eu já deveria estar dormindo há muito tempo.

– Obrigada, Nini. – agradeci pelo presente e fiz um pequeno esforço pra se levantar. O abracei e abri a pequena caixinha embrulhada. Era um cordão com pingente de pezinhos de bebê.  Era lindo! – Agora é a minha vez, certo?

Todos riram e concordaram. Zoe estava chutando sem parar, então me sentei subitamente, o que fez todos me olharem preocupados.

– O que houve, Chris? – Harry tocou meu ombro.
– São as contrações. – respondi ainda com os olhos fechados, tentando suportar a dor.
– Gemma, pega outra almofada pra ela! – Anne ordenou preocupada, enquanto minha mãe me ajudava a encostar no sofá.

A dor era insistente, como uma cólica comum, mas passou a aumentar e me arrancar gemidos de dor. Já não sabia mais em que posição ficar, como se sentar, se me curvava ou permanecia reta. Tentei aguentar todas as fisgadas de dor enquanto o amigo oculto continuava. Tive que entregar o presente da Waliyha sentada mesmo. Assim que a troca de presentes terminou e todos se dirigiram á ceia, pedi á Harry que me levasse pro quarto, que só assim eu poderia ter uma ''Noite feliz''. Zoe estava me matando aqui dentro.

Deitei na cama, rolei de um lado, do outro, mas nada ficava confortável. Harry queria ficar a noite inteira comigo no quarto, mas o obriguei a descer e dar atenção á família dele porque eu iria apenas dormir um pouco. Quero dizer, esse era meu objetivo, se Zoe não estivesse treinando MMA na minha barriga. Eram as contrações mais fortes que tive em todos os meses de gravidez! Era impossível ficar calada com aquela dor, sentia minhas pernas amoleceram, a dor começava a predominar o colo do útero.

– Harry! – gritei sem mais aguentar quieta. – Harry!

Me sentei na cama e acariciei a barriga, na intenção de tentar aliviar as dores.

– Tá chamando alguém, Chris? – Anne abriu a porta. – Oh, meu Deus! O que há com você? Está suando!
– Me ajuda! – choraminguei tentando levantar da cama.
– Gemma! Harry! – Anne os gritava enquanto me ajudava a sair da cama.

Com um pouco de esforço, consegui pôr os pés no chão. Minhas pernas estavam bambas, necessitava me apoiar no ombro de Anne, pelo menos, enquanto estivesse em pé.

– Nos chamou, mãe? – Gemma surgiu na porta.
– Chris! – Harry correu em minha direção e me apoiou em seus braços. – O que está acontecendo?
– Eu não consigo mais aguentar essas contrações. – senti uma lágrima cair dos olhos.
– Vou ter que ligar pro doutor Thomas. Só ele vai saber o que devemos fazer agora. – Harry disse me levando de volta para a cama.
– Aconteceu alguma coisa? – minha mãe apareceu no quarto.
– Chris está tendo contrações. – Anne explicou.
– Oh, querida! – mamãe se aproximou e sentou na beira da cama, ao meu lado. – Respira bastante que vai passar um pouco. Eu respiro com você, vamos! – ela segurou minha mão e iniciou o processo lento de respiração.
– Alô? Doutor Thomas? – Harry falou ao telefone. – Desculpe te ligar essa hora, cara! Chris está tendo umas contrações fortes, está suando até! Eu e minha mãe estamos aqui, mas não sabemos o que fazer.

Enquanto ia sendo guiada pelo exercício de respiração da minha mãe, observava Harry escutar Thomas ao telefone atentamente. A expressão dele era séria e parecia  tentar absorver o máximo possível que Thomas lhe dizia.

– Então eu devo levá-la ao médico? – ele parou e escutou mais um pouco. – Ok, Thomas. Valeu mesmo, hein! Um feliz natal pra você e sua família! Falô, tchau! – tirou o aparelho do ouvido e desligou.
– E aí, Harry? – Anne perguntou ao extremo de curiosidade e preocupação.
– Vamos ter que levá-la á um hospital. Thomas disse que talvez seja hora de Zoe nascer.
– O que?! – meu nervosismo foi ao topo!
– Ai que notícia maravilhosa! – Anne sorriu contente. – Minha netinha vai nascer aqui em Holmes Chapel.
– Não, Anne! Eu estou com medo. – choraminguei enquanto suportava a dor. – Eu preciso do meu médico, não posso sair assim pra qualquer hospital!
– Chris, o que eu te disse hoje? Vai dar tudo certo, lembra? – Harry se aproximou e beijou minha testa. – Mas agora você precisa levantar e deixar que eu te leve ao hospital.
– Talvez seja só uma contração mesmo, Chris. Não se preocupe, vá com Harry! – Gemma tentava me passar confiança.

[...]


Harry dirigiu rapidamente até o hospital de Holmes Chapel. O trânsito estava completamente calmo, as ruas desertas, foi rápido para chegarmos ao pronto atendimento. Ele me ajudou a descer do carro e me guiou pela mão até a recepção do hospital. Apenas uma mulher com uma criança no colo estava na recepção e a recepcionista falava ao telefone, enquanto anotava algo numa agenda. Harry estava frustrado por não sermos atendidos de imediato, era o melhor hospital da cidade.

– Boa noite, posso ajudá-los? – a mulher finalmente nos atendeu.
– Minha mulher está grávida, nove meses, tá tendo contrações fortes e precisa de um atendimento obstétrico.
– Pode aguardar um instante? – ela perguntou já apanhando o telefone novamente. Harry me abraçou de lado e beijou minha testa, enquanto eu me segurava pra não chorar feito uma criancinha, de tanta dor. – Me acompanhem por aqui, por favor. – ela disse saindo de trás do bancada e seguindo em direção á um corredor imenso, com diversas portas e janelas de vidro, com vista para salas de cirurgia.

Entramos em umas das portas e ela nos apresentou á uma obstetra. Ela tinha olhos castanhos e cabelos cacheados, parecia um anjo, me sentia segura com o sorriso gentil dela.

– Muitas dores? – ela perguntou pondo a mão em minha barriga. Assenti e ela me guiou até a maca inclinada para exames ginecológicos. Perguntou meu nome, idade e se Harry era o pai. Respondi outras perguntas enquanto ela me examinava com pequenos toques e outra enfermeira era chamada na sala.

Harry assistia de pé da porta, com os braços cruzados, expressando-se preocupado. A outra enfermeira adentrou a sala e fez o mesmo exame. As duas conversaram rapidamente entre si e me fizeram mais perguntas, dessa vez sobre minhas  dores e se numa escala de 0 á 10, onde ela se posicionava. Na verdade eu poderia dizer nove e meio, mas preferi sete, pra não parecer tão desesperada.

– Chris, vai ficar tudo bem, ok? – a enfermeira loira sorria confiável. – Nós vamos te transferir para outra equipe médica, numa sala mais apropriada para partos.
– Parto?! Mas agora? – meu coração estava quase saltando pra fora.
– É necessário. Nós sabemos que você gostaria da cesariana, mas você tem espaço suficiente e ela já está prestes a nascer. – a segunda enfermeira explicou com serenidade, tentando me passar calma.
– Harry... – choraminguei com mais medo que anteriormente.
– Tá tudo bem, amor. Eu vou estar com você, tá? – ele segurou minha mão e a beijou. – Vou ligar pra minha mãe, só um instante! – disse saindo da sala.
– Vamos? – a enfermeira me ergueu uma mão para me ajudar a levantar.


Respirei fundo e levantei da maca.





Vas Happenin?
Baby Zoe á caminho! *-*
Devo fazer uma quarta temporada?
O que acharam do cap. ?
Malikisses, Biia.








2 comentários

  1. Omjjj vai nascerr!!!! Ta perfeitooooo, simmm 4ª temporadaaaaa
    Continuaaaaaa
    Malikisses

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  2. OMJJJJJJJJ!!!!!! OMJJJJJJJ!!! CONTINUAAAA LOGO BIA! cara tá perfeito <3 SIM QUARTA TEMPORADA! VC TEM QUE FAZER! nossa tô muito desesperada eu hein hahhaaha malikisses

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