Capítulo 47







Harry abriu a porta do nosso apartamento e, cuidadosamente, entrei com Zoe em meu colo. Depois de uma viagem longa de carro, ela adormeceu profundamente e cessou os choros. Muito pequena, porém mais barulhenta que cinco labradores juntos. Eu não imaginava que ela poderia chorar tão alto.

– Será que você consegue ficar aqui... Sem o colo da mamãe? – perguntava enquanto a colocava dentro do berço. Harry nos observa da porta do quarto, com o mesmo sorriso bobo da primeira vez que a viu.

Olhei-a mais uma vez e constei que ainda estava dormindo. Meus braços estavam quentes por ter lhe segurado por tanto tempo. Zoe mexeu um pouco as pernas e tombou a cabeça pro lado, ainda com os olhinhos fechados.  Cada movimento dela, eu me segurava pra não apertá-la de tanta fofura.

– Quer descansar agora? – ele me perguntou assim que saí do quartinho de Zoe e fechei a porta. – Está cheia de olheiras. –  sorriu de canto.
– Eu estou morta! – murmurei com os olhos pesados. Harry riu e me abraçou de lado, me guiando até nosso quarto.

Já posso sentir os primeiros sacrifícios de ser mãe, de ter que adquirir responsabilidade de uma hora pra outra. Zoe não dá tanto trabalho (ainda), mas assim como todos os bebês recém-nascidos, ela precisa de muito cuidado e proteção. Duas tarefas que podem parecer simples, mas que na realidade exigem dedicação extrema, uma dedicação materna mesmo. E como eu não esperava, essa dedicação nasceu em mim a partir do nascimento dela.

– Vem, deita aqui comigo. – chamei Harry e ele sorriu. Me encolhi em seu peito enquanto sentia suas mãos me acariciando suavemente.
– Eu prometo te ligar mais tarde. – Harry sussurrou. Ele e os meninos viajariam mais tarde, para a divulgação do novo álbum.
– Será que quando eu acordar você ainda vai estar aqui comigo? – senti meu peito apertar fortemente ao dizer isso.
– Não. – ele respondeu baixo, beijando minha testa. – Mas Zoe vai estar. Se cuidem, ok?
– Uhum. – murmurei de volta, já pegando no sono.

[...]


O choro de Zoe ecoava na minha cabeça. Meus olhos se abriram preguiçosamente, até constar que aquele choro não era fruto da imaginação. Calcei as pantufas ao lado da cama e andei até o quarto ao lado. Meu cansaço não tinha curado nem dez por cento.

– O que foi, amor? A mamãe já está aqui. – peguei-a  em meus braços e embalei de leve, fazendo seus soluços cessarem. Talvez já estivesse na hora de amamentar, mas ela já fez isso há umas horinhas atrás.

Apanhei outra manta e enrolei em torno de seu corpo. Andei até a sala e parei em frente a grande janela de vidro. O dia já estava dando seu lugar á noite e Zoe tinha despertado logo agora. Já posso crer que não vai adormecer tão cedo.

Me sentei no sofá e pus as pernas pra cima do mesmo. Assim estava mais relaxada com Zoe, minhas costas agradeciam bastante. Minha coluna já não é a mesma depois da gravidez.

– Já está com saudade do papai? – olhei-a me fitando com aqueles olhinhos verdes flamejantes. – Eu também estou, sabia? Mas ele vai voltar. Vamos ficar bem. – passei a mão pelo seu rostinho e beijei sua testa. Ela já podia corresponder meus gestos com alguns gemidos, grunhidos e, mesmo, não sendo palavras... Podia saber que ela entendia o que eu queria lhe dizer, o que eu sentia. Eu sabia disso!

Otto apareceu na sala e pulou no sofá, sentando ao nosso lado. Fiz um carinho em sua cabeça enquanto ela farejava mansamente o pezinho da Zoe. Ele não a faria mal, só queria reconhecê-la.

– Viu, Zozo? O Otto gostou muito de você. – sorri para a pequena.

A campainha tocou e Zoe fez um biquinho, ameaçando chorar. Ela se assusta fácil, o que não é um pouco fácil pra mim, já que tenho que fazê-la parar de chorar.

Andei até a porta enquanto balançava Zoe e verifiquei pelo olho mágico quem era a visita desta vez. Mamãe.

– Tudo bem, querida? – me beijou em cada lado da bochecha e tomou Zoe dos meus braços, enquanto adentrava o apartamento. – Harry está aí?
– Não. Já foi viajar. – me sentei ao sofá novamente e mamãe me seguiu no ato.
– A vovó não prometeu que ia vir te visitar? Viu? A vovó veio. – minha mãe falava com Zoe de um jeitinho especial.
– Quer um suco, alguma coisa?
– Não, meu amor. Estou ótima assim.
– Hm. – me levantei e andei até a cozinha.

[...]


– Não é assim, Christinne!
– É assim sim! – teimei.
– Você nunca teve filho e quer dizer como é ou não? Acredita em mim, querida. Fralda só se põe assim!

Bufei e ignorei a tentativa falha de tentar me ensinar a pôr fralda em Zoe. Terminei de ajustar a fralda na pequena e vesti o macaquinho rosa que ela vestia antes. Aquela roupinha dava um trabaaaalho... Mas era como um quebra cabeça, que mesmo sendo estressante, te diverte.

– Pronto, minha anjinha. – peguei-a no colo. – Agora está mais limpinha, né?
– Mas está toda assada!
– Mãe, ela não está assada! – respondi, já irritada, enquanto procurava pelo sapatinho de Zoe.
– É claro que está! Vê como essa menina não para de chorar agoniada!
– Ela está tranquila, mãe! Ela é só um bebê, é óbvio que chora agoniada!
– Você não chorava desse jeito. Só quando estava assa...
– Aarrrr! Ela não está assada! Você está assada, amor? – olhei-a em meus braços, mas a única coisa que ela fez, foi babar pelos cantos da boca. – Viu? Não está!
– Christinne, para de ser teimosa!
– A filha é minha! Eu sei quando ela está assada ou não!
– Eu só queria te ajudar!
– Mas não está! – peguei os sapatinhos no canto e levei-a até a sala, onde pude colocar em seus pés com mais conforto do sofá.

Minha mãe se calou por bons minutos, o que foi até ótimo, já que Zoe estava preparada pra berrar novamente.  Eu já disse que ela se assusta com tudo, né? E pra levá-la ao sono, morando em um condomínio liberal como esse, é exaustivo, complicado demais. O vizinho do lado tem dois cachorros barulhentos, o da frente vive cantando no karaokê e em cima, existe uma obra sem hora pra começar ou terminar.

Meu estresse materno não é nem um pouco gratuito.


– Harry S.

– Nossa, que gracinha! Ela é a sua cara! – Lou falava encantada, olhando as fotos de Zoe em meu celular. – Pena que ainda não pude ir visitá-la.
– Pois é... Uma pena mesmo. Zoe é ainda mais linda pessoalmente.
– E você é um pai muito babão! – disse bagunçando meu cabelo. Lembrei de Christinne, quando ela costumava fazer isso toda vez que eu dizia besteiras. *risos.
– Não desgruda nem um segundo da minha afilhada! – Louis falava enciumado.
– Se eu pudesse, não desgrudaria jamais. Quando ela estiver maiorzinha, irei levará as turnês junto comigo.
– E quem vai cuidar, senhor Styles? Você sozinho? – Lou ria debochada.
– Eu posso cuidar dela. Qual o problema? – permaneci sério e agora tanto Lou quanto Louis riam.
– Você não deve ser capaz nem de trocar uma fralda. Por favor, né.
– Qual é, Louis? Eu sei sim!
– Christinne disse que não. – disse desconfiado.
– Christinne acha que só ela é capaz de cuidar da nossa filha. – respondi revirando os olhos.
– Ah, mãe é assim mesmo. – Lou disse com um sorriso de canto. – A gente sempre acha que ninguém vai poder dar tanto amor ou tanto carinho para os nossos filhotes como nós os damos.
– Nem o pai?! – perguntei chocado.
– Ah... O pai... Erm... A gente confia, entende? Mas não sei explicar, a gente apenas confia e sabe que vai cuidar bem, mas não tão bem quanto nós, mães.
– Meu Deus, vocês, mulheres, são estranhas demais! – ri. – Pai é pai! E eu sempre farei de tudo pela minha princesa.
– Eu sei que vai, Hazza. – Lou deu um leve tapinha em meu ombro. – Zoe é uma garota de muita sorte.

Sorrimos e eu abracei carinhosamente.

Se Zoe é uma garota de muita sorte, eu irei fazer com que ela se sinta desse jeito, todos os dias da sua vida. Eu vou amá-la e protegê-la acima de qualquer coisa, qualquer custo. E hei de alguém tentar fazer algum mal á minha filha! Eu sou capaz de matar, sem pensar duas vez, sem ter piedade alguma. Quem afetar á ela, estará afrontando á mim diretamente. Sou capaz de fazer absurdos pelo o meu anjinho. Sou capaz de dar a vida por aquela pequena. Não retiro nada do que disse, sou louco sim. Louco por uma vida que mudou a minha completamente. E pra melhor! Mil vezes melhor.

– Olha só, ele está chorando! – Lou ria enquanto se separava do nosso abraço.

Sorri sem graça e procurei meios rápidos de limpar as lágrimas.

– AAAA VEM CÁ, CURLY! – Louis veio correndo e me abraçou. Em seguida veio Zayn, Liam, Niall e a bagunça já estava completa. São os loucos que eu mais amo nessa vida.

Nossa, eu ando meio gay ultimamente!

– Tá, tá, gente. Chega! Eu já estou legal. – tentei me separar dos garotos.
– Isso tudo é saudade da Zozo! – Niall disse rindo.
– Meu docinho faz muita falta mesmo. – falei sorrindo ao me lembrar da Zoe. Ou Zozo, como os meninos a chamam.
– Harry! Tem uma visita pra você! – a produtora apareceu da porta.
– Quem?
– É uma moça jovem.

Pensei em Christinne, mas alguém a reconheceria. Todos já a conhecem bem, então não deve ser ela. Taylor? Fora de cogitação!  Segui pelo corredor do backstage atrás da produtora. Ela estava me levando, provavelmente, para o lado externo. Deu pra ver a equipe técnica organizando a mesa de autógrafos para a sessão de mais tarde. 

Ela apontou a garota de vestido azul e rabo de cavalo, conversando com outra menina, de costas para onde estávamos. No momento, não estava reconhecendo aquela menina. Ficava tentando imaginar de onde eu poderia ter conhecido e como. A principal pergunta era: Como?

Mas para qualquer caso, eu deveria agir naturalmente, sem passar a impressão de não estar lhe reconhecendo. Ela ficaria chateada se eu fizesse isso, garotas ficam chateadas com isso.

– Oi! – me aproximei discretamente e ela se virou assustada. – Sam?!
– Harry! – ela sorriu largamente.
– Sam! – sem hesitar, abracei-a fortemente. Ela ainda continuava com aquele cheiro de hortelã. *risos. – Meu Deus, quanto tempo! – falei chocado enquanto nos afastávamos do abraço.
– Eu sei! – respondeu sorrindo. – Você não mudou muita coisa!
– E eu já não posso dizer o mesmo. – ela riu com a minha resposta enquanto eu a olhava da cabeça aos pés. – O que faz aqui em Boston?
– Gravar meu CD! – disse sorridente.
– CD?! Você virou cantora e eu nem sabia?!
– Não, seu bobo! – ela riu. – Eu vim tentar ser cantora, entende? Um empresário viu um dos meus vídeos na Internet e desde então, estou batalhando pra gravar um CD. Mas se Deus quiser, conseguirei hoje!
– Que ótimo, Sam! – sorri e cruzei os braços. – Você vai se dar bem! Ainda lembro de você cantando na escola.
– Naquela época eu ainda não cantava muita coisa. – sorriu intimidada. – Mas você... Hm.. Você canta bastante!
– Modéstia a parte... – sorri.
– Continua convencido.
– E você enxerida! – rebati de brincadeira. – Por que veio até aqui?
– Vim te dar os parabéns... Papai!
– Oh, claro! – sorri bobo. – Vou te mostrar a minha princesa. Só um instante. – procurei o celular no bolso e mostrei meu papel de parede.

Sam sorriu tão encantada como todos que já viram essa foto. Minha pequena, realmente, é a coisinha mais perfeita desse Universo. Não há UM que não a adore.

– Ela tem seus olhos!
– Menina de sorte. – guardei o celular e Sam riu, estapeando meu braço.
– Você não toma jeito!
– Nem minha mulher consegue dar jeito, quem dirá eu mesmo. – ri.
– Mulher? – ela me olhou surpresa.
– Sim, minha noiva. A mãe da minha filha.
– Oh, vocês ainda estão juntos?
– É claro! Por que não estaríamos?
– É que vocês são jovens e... Famosos... E... Ah, sei lá! Só achei uma surpresa. – ela sorriu de canto.
– Eu amo demais aquela garota. Não irei largá-la por nada nesse mundo!
– Perdidamente apaixonado?
– Completamente!

Ela riu e ajeitou a bolsa no ombro.

– Que bom, Haz! – forçou um sorriso de canto. – Desejo toda felicidade do mundo pra vocês.
– Obrigado, Sam. Somos muito felizes, mas... Me conte sobre você. – segurei seu ombro e a guiei para dentro do backstage comigo. – Já faz alguns anos que não nos vemos e...
– Desde o colegial. – ela corrigiu.
– Sim, desde o colegial. Imagino que muita coisa aconteceu na sua vida.
– É... Mas não foi nada demais. – sorriu fraco.
– Qual é, Sam? Você chegou aqui toda feliz, contando sobre o CD novo. – dei um leve tapa na sua cabeça, como sempre fazíamos um com outro, apenas de implicância. – Vai lá! Me conte da faculdade, dos seus amigos... Os namorados. – fiz um lance com as sobrancelhas e ela riu. – Namorou bastante, né? Pode falar! Eu sei que você sempre andou acompanhada, nunca foi de ficar só.
– Para de graça! – ela tentava se recuperar dos risos. – Eu não estou com ninguém, ok? Eu resolvi dar um tempo nessas coisas. Os garotos nunca queriam algo sério comigo, então eu dei uma pausa. Até porque acabei me apaixonando demais e me iludindo.
– Infelizmente ainda existem idiotas por esse mundo.
– É... Mas ele não é idiota desse jeito. Eu entendo ele.
– Ih, Sam! Sai dessa! Se ele não quer nada com você, é um idiota sim.
– Vamos mudar de assunto? Senão vamos acabar discutindo.
– Hm, você ainda gosta dele, né?
– Aff, Haz!
– AAAA VOCÊ GOSTA!
– Fala baixo, garoto! – ela me repreendeu entredentes ao notar todos nos olhando.
– Ok. Não vou mais falar do seu ''namoradinho''. – ela revirou os olhos. – Quer conhecer meus irmãos de banda?
– Será que eles iriam gostar de me conhecer? – me olhou desconfiante.
– Os meninos vão te adorar!

Entramos no camarim e os meninos olharam Sam ao meu lado. Olhares curiosos, confusos. Obviamente eles nunca a viram, até porque nos conhecemos no colégio, bem antes do XFactor.

– Meninos, essa é a Sam. Sam, esses são os meninos!
– Oi! – ela acenou sorridente.





  



Vas happenin?
Eu demorei a postar, não foi? Sorry!
Imagino que vocês estavam ansiosas por esse cap. rs
Gostaram do cap.?
Ah! E o que acharam da Sam?

Malikisses, Biia.









2 comentários

  1. perfecttttttttttt, muito perfect
    continuaaaa
    Cecília xx

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  2. Own Zozo *-* liamda, perfeita! Harry eh um burro ou se faz? Porque eu percebi que a Sam, não gostei muito dela, gostava de vc Haz querido! Christinne minha Diwa fica de olho nele! Continuaaa Bia
    PS: desculpa por esse surto de pensamentos hahaha ;)

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