Capítulo 10

E eu volto logo pra você. - beijo sua testa.





" Dias agitados "

Chris POV

Já se passaram três dias sem Harry. Meu coração? Se quebrando em pedaços á cada minuto sem ele aqui do meu lado. A solidão bate mais forte durante a noite quando abro as portas do guarda roupa e suas roupas não estão lá. Quando deito na cama, seu lado sempre fica vazio, ainda exalando seu perfume maravilhoso e então... Eu choro. Sempre choro como uma criança mimada, escondendo os soluços debaixo do travesseiro.

Quando uma pessoa chega pra fazer diferença na sua vida, é sempre assim. Se ela vai embora, seu coração sofre como um condenado. Por mais que seja provisório, que os dias estejam passando rápido (o que não é o meu caso). Ele ainda não me ligou e talvez por falta de tempo. Sempre pego o celular, disco seu número, mas na hora de apertar em Call, uma coisa me impede. Sei que está ocupado. Não posso ficar fazendo esse drama enquanto tudo o que ele mais quer, é me ver sorrindo.

Os ensaios na Emporium estão sendo leves.Tirando a parte da academia, aula de pilates e muay thai... Eu tô levando numa boa. Ando experimentando rotinas novas, conhecendo pessoas novas e pra minha alegria, ainda não me esbarrei com a Taylor por aí. Não é nada pessoal, simplesmente não estou com coragem para encará-la depois de tudo que se passou entre a gente, naquele dia do estúdio.

Flash back ON

- Eu já estou por aqui com você! Não se mete! –  eu disse pra Taylor.
- O que eu te fiz?
- Ah, mas que vontade de dar na tua cara! – já ia partindo pra cima, mas Zayn me segurou.
- Ei! O que é isso? – Dani saiu do carro junto ao Liam.
- Para Chris! – Liam tentava me levar de volta pro carro.
- Eu não fiz nada! Eu hein. Garota louca! – Taylor estava incrédula.
- Agora eu te mostro quem é a louca! –  me enfureci e tentei mais uma vez atacá-la, mas Zayn e Liam, seguravam-me firme.
- Solta ela! Deixa. Ela não vai me bater. Só está se sentindo ameaçada. –Taylor dizia com naturalidade.
- SUA IMBECIL! – gritei histérica, me debatendo nos braços dos meninos pra pegá-la no tapa.
- PARA DE ME XINGAR! – Taylor ia ficando nervosa. – Eu nunca fiz nada pra você.
- Mentirosa! – rebati.

Flash Back OFF

É que o Harry e suas amizades femininas, ás vezes, me irritam pra cacete! Ele dá muita corda pra essas garotas e elas acabam fazendo o que querem, sem restrições, na MINHA frente. Porra! Elas podem até não gostar de mim, mas se elas soubessem a existência de uma coisa chamada "Respeito", as minhas atitudes poderiam ser bem diferentes. 

E com a Taylor não ia ser diferente. Não é só porque ela é cantora, tem atenção da mídia, que eu vou diminuir personalidade. Certas coisas a gente não consegue aturar calada. E o meu pavil já estava curtíssimo com ela. Tanto ela quanto Harry, que era um sonso nessa confusão toda. 

Mas agora as coisas estão diferentes pra mim. Acho que o tempo me amadureceu um pouco, trouxe mais confiança para que eu pudesse suportar esse namoro diante de qualquer fofoca, ganhei responsabilidade.... Enfim! Então não acho que essa turnê seja tão tensa quanto eu imaginava. Talvez eu saiba conviver com a "Tay". E não estou querendo dizer que vou virar amiguinha dela porque isso já é forçar demais, mas pelo menos, os problemas entre a gente não serão muitos. Eu acho.

Hoje é dia de academia e Muay thai. A academia que faço as aulas, ficam no centro de Londres mesmo, bem perto da Emporium. Aliás, foi a Tânia quem me recomendou a fazer essas aulas. Ela disse que ajudaria a manter meu pique durante a turnê, que pelo seus cálculos, seria bem intensa. O ruim é ter que usar um top e um short curtíssimo pra fazer essa aula e ainda por cima, com um homem.

Tanto faz que ele seja profissional, homem é homem! Se visse as minhas coxas como ficam á amostra com aquele short... Harry teria um grande infarto. E como se não bastasse o micro short, tem que ter o top. T-O-P! Praticamente fico de lingerie pra aquele cara! Quero dizer, George. Porque esse é o nome do cara que me ensina Muay thai. Mas ele prefere ser chamado de Joe porque acha seu nome formal demais. Ah, quantos anos? Vinte e cinco! 

Agora deu pra sacar minha situação constrangedora? Se fosse um tiozinho de cinquenta e todos, eu estaria mais á vontade. Contanto que tiozinhos também são tarados... Mas seria menos intimidador. Pode parecer viagem da minha cabeça, mas toda vez que saio do banheiro da academia, com a roupa de treino, Joe me olha da cabeça aos pés. Como se estivesse me queimando com os olhos. 

- Bom dia, Chrisse. - Joe acena de longe, me vendo passar pela recepção da academia.
- E aí, treinador? - sorrio e caminho em sua direção para abraçá-lo. Pode parecer tarado, mas é um amor de pessoa.
- Se quiser ir trocando de roupa agora, tudo bem. A aula de hoje é apenas eu e você. Enquanto isso vou montando o tatame.
- Tá, tudo bem. Mas... Mas por quê só eu e você? - pergunto sentindo perigo nessa aula de hoje.
- Algumas meninas me ligaram e disseram que não iriam vir, então...Só resta você. - ele sorri simpático.
- Ok. Vou me trocar. Eu já volto. - corro para o banheiro feminino. Deus, me ajude hoje!

[...]

- Voltei Joe!
- Ótimo! Vamos aquecer? - assinto. Fazemos um alongamento simples enquanto batíamos um papo bem divertido. Contei a Joe que Harry fazia um pouco de box, mas ele me disse que há uma grande diferença entre essas lutas. Só que na minha opinião, é tudo luta e tudo machuca, se você executar um golpe proposital em alguém. Até pode ser fatal. Só faço mesmo porque acho relaxante e divertido. - Hoje eu vou pegar leve com você, ok? - ele sorri e tira a camisa de treino. - Vamos começar com a posição básica, que você já conhece. Pode ser?
- Uhum. - ponho um pé atrás e outro a frente, flexionando-os um pouco. Posiciono as mãos, semi-fechadas, á altura das sobrancelhas. Os cotovelos ficam pra dentro, quase encostado ao corpo, mas de forma confortável. E o queixo abaixado, quase encostando no peito, para que os ombros sirvam de proteção, sempre.
- Muito bem. - ele elogia, ficando na mesma posição. - Você nunca deve esquecer de que essa posição é a mais básica e por isso você deve estar confortável. Tanto pra se movimentar quanto para executar os golpes. E nunca fique com essa expressão calma que está aparentando agora. - ele ri de leve.
- Por que? 
- O seu adversário pode decifrar isso como uma forma de desconcentração na luta. Tente ficar séria, focada, cerre os olhos para encarar o seu "inimigo".
- Assim? - mudo minha expressão.
- Isso aí. Conseguiu até me por um pouco de medo. - ele faz graça, mas resisto em rir. - Agora preste bem atenção! Eu quero que você tente me acertar, mas usando sua movimentação básica de Muay thai. Nada de pés muito próximos. O pé de trás se move junto com o da frente e mãos sempre protegendo o rosto. Lembre-se que você pode estar avançando, mas eu ainda tenho a chance de usar meus golpes e se um deles te acertar raspando.... Você pode se desequilibrar. E desequilíbrio não combina com a luta. 
- Ok. - assinto.
- Agora venha me acertar. - ele se põe em posição de luta e anda para trás, enquanto avanço cautelosamente, tentando acertá-lo. Lanço um soco, mas seu pescoço esquiva para esquerda. Mais outro, ele esquiva novamente. O cara é bom!
- Mais rápido! - ele ordena e acelero a sequência. Impressionante como nenhum dos socos o atingiu.

Fizemos uma bateria de técnicas, a manhã inteira! Treinamos até deitados no tatame, para simular os casos de queda e como se safar dessas armadilhas. Combinemos aqui que, essa parte do treino não foi tão agradável pra mim, que tive de ficar sentada com as pernas entre sua cintura. Foi beeeem estranho.

- Chega por hoje, né, Joe? - pergunto praticamente morrendo e deito no tatame.
- Já? Mas era só um aquecimento. - ele brinca e senta ao meu lado.
- Engraçadinho. - digo ironica. - É fácil zombar quando já está acostumado. - sento de pernas cruzadas.
- Um dia você chega lá. - ele sorri. - Mas por enquanto... Aceita um café na Starbucks comigo?
-Um café seria muito legal, Joe. Mas infelizmente não vai dar pra mim ir.
- Era de se esperar... - ele sorrí tímido.
- Oh, não! Eu juro que não é nenhuma desculpa pra não ir com você. Acontece que eu tenho que ir buscar meu carro na concessionária.
- Uau, que chique! E a madame aceita, pelo menos, uma carona?
- Mmmm... Deixa pra outro dia? - sorrio. Um dos maiores motivos pra não aceitar essa carona: Paparazzis. Não quero que Joe saia mal falado por aí e nem meu namoro com o Hazza.
- Tudo bem. - ele coça a nuca. - Vou fingir que você não está me evitando. - ele sorri sem jeito.
- Ah, que isso, Joe? Também não é assim! Acontece que tem paparazzis na minha cola e eu...
- ... Namora Harry Styles. Eu sei, já entendi. - ele suspira. - Até a próxima aula? - ele estende a mão. Tadinho, eu realmente não podia sair com ele.
- Até! - aperto sua mão e ele pega sua mochila. Levanta e vai em direção ao banheiro masculino.

[...]

Depois de tomar uma ducha na academia e, finalmente, vestir uma roupa mais descente, peguei um táxi na porta pra me levar até a concessionária. O seguro cobriu os prejuízos do acidente e o gerente disponibilizou um novo carro. \o/. Apesar de eu estar um pouco traumatizada com aquele assalto, a vida continua, certo? Eu sou uma pessoa totalmente dependente de um carro. Não posso ficar com esse medo bobo pro resto da vida. E falando em resto da vida... Vida me lembrou o Harry. Já esta na tarde do terceiro dia e ele ainda não mandou nem uma mensagem. *Suspiro. Que saudade de você, Curly. Que saudade...

Harry POV

- HARRY! HARRY! - as garotas gritavam de todos os lados, insanas e perversas. A multidão ia aumentando cada vez mais e os seguranças quase não conseguiam nos tirar de dentro do hotel.
- A gente vai se atrasar pra entrevista. - Liam diz preocupado, vendo a confusão lá fora. Nossa! A garota acabou de desmaiar.
- Tô com fome. - o duende reclama.
- E eu com sono. - vez do Zayn.

Acho que não tínhamos outra saída a não ser esperar a escolta policial da cidade chegar pra diminuir esse caos. E enquanto esperávamos, tive um tempo extra pra, finalmente, ligar pra Chris. Desde que cheguei aqui, não consegui mexer no celular direito.

- Chris?
- Harry! - sua voz sai perfeitamente alegre.
- Amor, desculpe não ter ligado esses dias. Eu não tive tempo. Está sendo muito agitado por aqui. É correria vinte e quatro horas por dia.
- Eu sei, eu entendo. Estou morrendo de saudade.
- Eu também sinto muito sua falta. Queria que você soubesse que mesmo nessa correria, não paro de pensar em você. Eu te amo.
- Harry, não me faça entrar em deprê agora. Eu também te amo. - ela diz com a voz pronta pra chorar.
- Ok. Então vamos falar do seu aniversário. É semana que vem. Está lembrada? - rio.
- Pois é. Dezenove aninhos... - ela suspira.
- Medo de ficar velha? Pois saiba que mesmo com o passar dos anos, você vai continuar linda e gostosa.
- Harry!
- Só estou falando a verdade.
- Suas verdades indecentes.... Como sempre!
- A questão é que eu vou preparar algo especial pra você.
- Ah, não, Harry! Pelo amor de Deus, não tente fazer algo chamativo, por favor.
- Quem disse em chamativo? Vai ser só pra nós dois.
- Pra nós dois? - sua voz fica curiosa.
- Mas é surpresa. Você já devia saber disso. Agora eu vou ter que desligar, baby. Os policiais já chegaram.
- Policiais?!
- Depois eu te explico. Se cuida, beijo!
- Beijo!

Desligo o celular e me junto aos caras novamente. Paul nos diz que é pra andarmos o mais rápido possível porque não mandaram policiais o suficiente pra frente do hotel. E pra nossa sorte, os carros estavam bem perto da porta do hotel. Entramos rápido e recebemos alguns puxões. Normal.

O caminho para o estúdio onde seria a entrevista, foi muito engraçado. Os caras não pararam de falar besteiras, mais que o normal, e eu, não pude ficar de fora das gracinhas. Zuamos um pouco com o Zayn, pelo fato de termos recebido informações de que Rebecca Ferguson, estaria aqui em Glasgow. Ele fica muito puto quando falamos desses tipos de coisa, mas amigo é pra essas coisas. Não adianta querer mudar porque não tem jeito.

Quando chegamos ao estúdio, os produtores foram logo dando nosso pontos eletrônicos, arrastando-nos para as cadeiras do salão de beleza do camarim, ajeitando nosso cabelos, passando base, creme, mexendo ali e aqui... Uma loucura total. Mas estava valendo muito a pena. Essa turnê está sendo incrivelmente hilária.

A entrevista começou. A maioria das perguntas viriam da platéia, o que é sempre um grande perigo. Eles sempre sabem mais coisas que o próprio entrevistador. Que na verdade é a pessoa que deveria saber mais naquele meio e nem sempre sabe tanto. No início, perguntavam coisas normais, de como nos sentíamos estando onde estamos, perguntavam sobre a nova turnê, os estilos novos, os vários prêmios ganhos em apenas dois anos... Enfim!

Mas depois, começaram-se as perguntas sobre os relacionamentos.

- Todos sabemos que você é muito fiel á sua namorada, Christinne, a brasileira de dezoito anos, mas o que não quer calar é... Ela e Taylor são inimigas? - foi a vez da entrevistadora perguntar.
- As pessoas dizem muita coisa sem questionar. Acho que não há motivos para que as duas sejam inimigas. - minto um pouco. Louis tosse debochado.
- O que foi, Louis? - a entrevistadora ri junto com a platéia. Mato esse filho da puta!
- Nada. Eu só... Só tossi. - ele responde cínico e Niall ri.
- Aliás, ela estará participando da turnê da Swift, certo? Eu li numa revista essa semana.
- Pois é. - respondo.
- E como você está em relação á isso? - ela insistia.
- Estou feliz e orgulhoso por ela. É uma turnê importante. - tento ser razoável.
- E você, Zayn? Sabemos que namora a garota mais quente desse momento. Vocês dois formam um casal muito atraente.
- Obrigado. - ele agradece tímido, seu jeito de sempre.
- Como é o namoro de vocês? Pois a vida dos dois é muito corrida.
- A gente tenta ficar junto sempre que dá. Quando estou de folga, vou visitá-la e assim vice-e-versa. Mas quando estamos separados, nos falamos por mensagens e... Assim vai. Mas sempre vale a pena quando temos um tempo mais longo um com o outro.
- Imagino. - Louis comenta malicioso e rio baixo.

E assim fomos levando a entrevista. Com o bom humor de sempre. No final, tiramos fotos com a equipe do programa, a plateia e uns convidados do dia. Saímos direto para a arena onde iria acontecer o show de hoje á noite. Íamos ensaiar um pouco com a banda e depois poderíamos ficar livre pro resto da tarde, mas preferimos nos ocupar autografando objetos de fãs que estavam desesperadas do lado de fora da arena. Os seguranças iam lá foram e traziam para a gente assinar. Eles não nos permitiram ir lá fora porque não era tão seguro. Sempre a mesma desculpa.

Olho para o meu celular jogado ao meu lado no sofá. A foto da Chris ,sorrindo, cobre a tela de início. Sorrio involuntariamente e volto a autografar as camisas.
 "Essa menina mal sabe que se tornou tudo na minha vida."








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