Capítulo 17



Preciso pôr meu eixo de volta no lugar com uma ducha bem forte.  






Chris POV

A ducha quente escorria em meu corpo como uma seda, aliviando cada tensão em cada músculo oprimido. Giro o registro e a água cessa, deixando seu lugar ao vapor abafado do banho. Enrolo a toalha em torno do busto e procuro a peça de roupa limpa dentro da mochila, em cima do banco do vestiário feminino. Os pingos d'água que gotejavam do meu cabelo, formavam uma pequena poça no chão, refletindo minha imagem.

- Você estava linda no ensaio. - a voz grave e rouca ecoa nos quatro cantos do vestiário. Viro-me assustada, com as mãos firmes na toalha.
- Harry, tem noção de que isso aqui é um vestiário feminino e ainda por cima dentro do meu local de trabalho? - trato-o com grosseria, mas ele pouco se importa.
- Você também fica linda com ciúmes. - seus olhos percorrem meu corpo rapidamente e disfarçadamente, caminha em direção, enlaçando suas mãos em minha cintura. Por cima da toalha, posso sentir seus dedos subindo minhas costas com leves toques.
- Não estou com ciúmes. - nego em voz baixa.
- Eu sei que está. Pare de mentir pra mim. - roçando seus lábios contra os meus, deixa um rápido selinho. - Mas acontece que eu te amo e não vou te deixar por nada e nem ninguém nesse mundo. Você devia ter decorado isso faz tempo. - seus lábios se curvam em um meio sorriso. Mordo os lábios e percorro minhas unhas pela sua nuca, brincando com os poucos fios de cabelo por ali. Seus olhos permanecem fixos em minhas expressões, amedrontando-me um pouco. Gosto de quando ele me olha desse jeito e sinto meus pés estremecerem. É a sensação de que estou amando cada vez mais.
- Vou lembrar de decorar. Pode deixar. - respondo com um sorriso tímido, esquivando dos seus braços. De costas, organizo minhas coisas, mas ainda posso senti-lo ali atrás, mas não sei se estava só me observando.

Deixo a toalha cair em meus pés e visto as peças íntimas. Meu coração está se afogando em nervosismo, pois sei que ele permanece ali, e pro meu desespero, em um longo silêncio. Por sorte, nenhuma das dançarinas optaram por usar o vestiário agora. O que pensariam se vissem Harry aqui dentro?

Alcanço uma escova de cabelos no bolso lateral da mochila. Desembaraço as mechas pacientemente para a frente dos ombros, fazendo as pontas repousarem por cima do colo. Aquelas palavras de agora a pouco ainda conseguem fazer meu coração acelerar. Ainda bem que Harry não pode ver esse sorriso idiota que surge em meu rosto ao imaginar tudo aquilo novamente. Com certeza estaria achando que sou alguma louca pra estar sorrindo sozinha, sem um motivo algum.

Abotoo a blusa xadrez e visto o jeans claro. Calço as sapatilhas e ponho a mochila por cima dos ombros novamente. Harry estava parado ali, aquele tempo todo, apenas calado, me aguardando. Sorrio e balanço a cabeça. Pode ser que ele não seja tão normal quanto deveria ser, mas me agrada seu jeito estranho e isso o torna especialmente perfeito pra mim.

Entrelaçamos os dedos e torci para que quando saíssemos, ninguém estivesse no corredor pra testemunhar esse momento. Passamos pelo estúdio e me despedi do Peter. Ele me desejou boa sorte no ensaio de daqui a pouco e prometeu um jantar de comemoração pela turnê, amanhã á noite, na sua casa no leste de Londres. Pra falar a verdade, eu não ia marcar presença. Ainda não planejei muita coisa, mas prefiro passar o dia com os meninos e matar a saudade adiantada pelos longos dias que ficaremos sem se ver.
Entramos no carro e Harry deu uma partida rápida para fora do estacionamento. Ele sabia que aquele lugar me trazia lembranças ruins. Digamos que eu estava setenta e cinco por cento superada dessa parte desastrosa da minha vida. Não foi um dia fácil.

No rádio, tocava uma canção lenta que cabia perfeitamente com o clima frio de Londres e as paisagens que eu via pela janela. Por alguns segundos, observo Harry focado no caminho, uma mão controlando o volante na parte superior e a outra apoiada na perna. Sempre que o via assim, me sentia segura. Volto a prestar atenção nas paisagens e encosto a cabeça no vidro.


Zayn POV

- Por quê não me disse que era ela? - arremesso uma almofada em cima do Niall, que finge uma careta de dor.
- Dizer o quê? Ela quem? - desentende do assunto.
- A Gwen, sua mula! - acerto outra almofada e ele tenta desviar.
- Calma! Do que você está falando? - ofegante das almofadadas, ele se ajeita no sofá.
- Ela me ligou de manhã e você não me avisou! - exibo a tela do celular com uma chamada perdida.
- Eu avisei sim senhor!  Você que pediu pra esperar.
- Eu pedi pra esperar?! Mas é claro que...

Flash Back ON

- Zayn, seu celular! - Niall grita do sofá, tirando-me uma gota de atenção do jogo.
- Espera! - grito de volta.

Flash Back OFF

- Ah, não! - bato com a mão na testa. Que burrice eu fiz!
- Hey! Vai aonde? - Niall pergunta confuso ao me ver correndo em direção a porta, enquanto apanho as chaves do carro.
- Consertar meu erro! - respondo antes de bater a porta apressado.


Harry POV 

Deixei o carro em uma vaga memorável do estacionamento e acompanhei Chris até o décimo andar do edifício, onde seria o tal ensaio fotográfico. Minha garganta chega ressecar ao imaginá-la sendo admirada por um cara qualquer, que se diz ser fotográfico. Ela, pelo contrário, aparenta estar ansiosa para chegar ao estúdio. Sei quando está desse jeito quando não para um instante de mexer no cabelo. 

- Ora se não é a nossa musa do ano? - um carinha com cabelo moicano e piercing no nariz aproxima-se para beijar a bochecha da Chris.
- Acho que não vou conseguir me adaptar a esse termo. - ela responde corada com o certo elogio.
- E você deve ser o ami...
- Namorado! - faço vista grossa. - Harry Styles. 
- Harry! - Chris me repreende com um fio de voz.
- Ah, claro! Namorado. - ele sorri envergonhado e estende a mão. Correspondo apenas por educação e concentro-me em um canto do estúdio, enquanto algumas mulheres arrastavam a Chris para vestir o figurino. Nas paredes do estúdio, quadros com fotografias em borrões coloridos deixavam o ar mais profissional. Várias pessoas caminhavam de um lado para o outro, agitadas, com máquinas fotográficas e outros equipamentos para o ensaio. Um cenário branco com apenas um sofá vermelho no centro, me passava a impressão de que o ensaio ocorreria naquele pequeno espaço.

- Por aqui, Christinne. - a voz de uma mulher me toma a atenção. Procuro-a com os olhos e encontro-a saindo de uma pequena sala, vestida de roupão e um penteado novo. A maquiagem escura que puseram em seu rosto me chama a atenção. Aquilo tinha a envelhecido mais três anos, além de tê-la deixado surpreendentemente diferente e ultramente sexy. Nunca achei que o grau de perfeição que ela já possuía, ainda pudesse ser superado. O batom vermelho que cobria sua boca cabia perfeitamente ao seu sorriso tímido que estampava agora. Como eu nunca enxerguei esse lado obscuro que ela possuía?

Algumas coisas foram esclarecidas entre a equipe e a "musa da lingerie". Com delicadeza, ela desamarrou o nó que unia os lados do roupão e revelou aquilo que trajava por baixo. Meu desespero quase tomou minhas atitudes neutras de uma só vez ao vê-la de lingerie preta, na frente de tanta gente. Por um lado bom, eles não pareciam tão abismados quanto eu, levavam a sério o lado profissional. Mas pelo lado ruim, não deixaram de fazer comentários que, levando em consideração, foram desnecessários ao namorado presente.

Confesso, ela estava linda. E sim, aquilo ia fazer bem a ela. Elogios aumentam o ego e nessa maré de ciumeira que ela anda passando, a confiança em si mesma vai aumentar. Puxei um banquinho e me confortei por um tempo, evitando de cair sobre os joelhos com a visão que eu tinha. A cada clique, uma pose era incentivada pelo fotógrafo, a fim de ganhar ângulos perfeitos do corpo. Ou melhor, da peça que ela vestia. E um ventilador grande fora acionado em sua frente, fazendo com que os cabelos ondulados, flutuassem com movimentos leves.

As expressões em seu rosto se fecharam para algo mais intrigante, provocador. Lábios semi abertos e olhar focado na câmera a poucos centímetros de distância, eram as características principais. Em seguida, pediram que sorrisse levemente com os lábios fechados, executando uma olhada discreta de baixo para cima com foco na câmera. Era como um olhar fatal para uma paquera. Pelo menos, comigo, aquilo funcionaria perfeitamente. Aliás, qualquer coisa que envolva sedução, cabe perfeitamente com a personalidade da Chris.

* Horas depois *

- Você estava incrível! - elogio assim que a vejo correndo de braços abertos em minha direção. Aquele sorriso gigante não escondia sua satisfação com o ensaio.
- Jura? Logo você que tanto receou do ensaio. - ela responde me enchendo de beijos desde a bochecha ao pescoço. Suas unhas me arranham de leve, traçando um caminho dos ombros até o bíceps.
- Eu tive receio do ensaio e não de você. Você sempre é perfeita em tudo o que faz. - minhas palavras alargam mais ainda o sorriso que ela estampava no rosto.
- E você é um grande puxa-saco! - ela ri e sela nossos lábios rapidamente. - Se importa se eu ficar mais um pouco só pra dar uma olhadinha no resultado do ensaio?
- Que não demore tanto. Ainda temos que fazer uma pequena comemoração, não acha?
- Já vou logo avisando que...
- Calma! Calma! Não é nada disso que você está pensando. - respondo com um sorriso diante daqueles olhos preocupados. *risos. Ela nem sempre sabe quando estou querendo algo á mais e ás vezes, isso é até engraçado.
- Então...?
- Adivinha? É surpresa. - rio, mas ela permanece séria.
- Um dia você vai perceber que isso não tem mais graça. - ela estapeia meu peito e finjo uma careta de dor.
- Você sabe que tem graça sim, mas odeia admitir que está errada. - digo e ela me mostra a língua.
- Dá licença, Harold. Eu tenho mais o que fazer e você só está fazendo gracinhas. - e dizendo assim, toda desdém, retorna para onde os fotógrafos estavam sentados com um notebook, analisando as fotos do ensaio.


Gwen POV

Tinha terminado uma entrevista há algumas horas atrás e já me preparava para o show da noite. O último show em Londres. Pelo menos por um tempo, até outra turnê começar. A partir de amanhã estarei longe daqui, fazendo a alegria das fãs francesas. Pensei em convidar a Chris pra me acompanhar nesses dias cansativos que estarei por lá, mas em primeiro lugar: Ela também tem uma turnê pra ser feita. Em segundo: Não seria justo tirar dias e dias de proveito que ela teria ao lado do Harry. E aqueles dois quando estão com saudade um do outro, são insuportáveis! Ela é a minha melhor amiga, eu sei! Mas certas coisas têm o seu limite e carência não é algo que eu saiba lidar de forma delicada.

Pra minha maior alegria, vieram anunciar no camarim que, Ed Sheeran e a namorada estavam no camarote. A notícia me incentivou ainda mais a subir naquele palco o quanto antes possível. Além de ser meu ídolo, um excelente cantor, amigo... Era o cara que tinha composto uma das músicas do meu álbum e logo a que fez mais sucesso. Por um lado ruim, algumas estrofes da música tinham relação aos meus sentimentos pelo Zayn e isso, me faz lembrar o quão desastrosa anda nossa relação. Essa noite ele não vai estar aqui para me dar um abraço de boa sorte, mas, mesmo assim, eu vou focar o máximo possível e ser eu mesma.

A empolgação das fãs ao me ver subir ao palco, era algo indescritível... Só me tornava mais forte. O repertório seria de vinte e cinco músicas, com duração máxima de duas horas e meia de show. Assim como os meninos, eu tinha um espaço do show para perguntas do Twitter. Na maioria das vezes, eram pedidos para cover de alguma música, de algum artista, do momento. E hoje, logo hoje, haviam pedido uma capela de Little things. Eu apenas tentava entender o porquê de aquele nome, ter aparecido em primeiro lugar na minha cabeça.

Com um pouco de concentração e exercícios respiratórios, segurei a voz firme até onde conseguia. E ainda assim, tocando um violão que, por ironia do destino, havia sido um presente dele. Não vou mentir e dizer que a emoção não foi forte e as lágrimas não rolaram. Aquela montanha de gente em coro, no ritmo da canção, erguendo seus bastões coloridos, apenas no acorde do violão, me fizeram derramar um rio, que tive de ser obrigada a beber uns bons litros d'água pra dar continuidade ao espetáculo da noite.

No fim do show, corri pelo backstage da arena em direção ao camarim. Tinha de ser feita uma troca de roupa rápida para o Meet & greet com as fãs. Isso iria durar cerca de meia horinha, pra minha salvação, já que a dor de cabeça e tontura estava me atacando forte depois da última performance. Primeira vez que isso acontece e talvez tenha sido consequência de um dia corrido, com apenas um café da manhã no estômago.

Finalmente ponho uma roupa mais confortável e separo algumas coisas pra levar na bolsa de mão. Tipo uns docinhos e mini sanduíches. *risos. Encontro-me em um estágio de fome de vinte mendigos. Se pudesse, teria levado todo o buffet do camarim dentro da bolsa, mas já estava atrasada para o voo, então... Fica pra uma próxima. Becka e os outros coordenadores da equipe já estavam buzinando no meu ouvido, apressando e  pedindo pra andar rápido. Falavam como se eu tivesse algum tipo de motorzinho nas pernas.

Enquanto ia a caminho do aeroporto, aproveitei pra fazer uma ligação para as meninas. Fazia tempo que não via nem a Dani, Els ou a Chris. A noite prometia frio e nada pior que estar "sozinha", sem a companhia de alguém legal ou um amigo, sei lá. Eu e Becka ainda não nos acertamos como amigas e isso está me matando a cada dia. Parece que nem ela e nem eu fazemos questão alguma de consertar esses cacos da nossa amizade. Mas também não vai ser por isso que eu entrarei em depressão. Minha mãe me ensinou certa vez que, devemos tratar aqueles que um dia nos magoaram como se fossem uma canção ultrapassada. " Um dia te alegrou, mas agora não faz nenhum sucesso"

Guiada de seguranças, passei pela imensidão de fãs que viera se despedir de mim, no galpão do aeroporto. Tive um pequeno tempo para dar atenção, tirar fotos e depois fomos direto para a sala de embarque. Becka já tinha feito o Check-in via Iphone enquanto estávamos no carro. E pra passar o tempo de espera, mais ou menos dez minutos, enquanto os portões para o embarque não abriam... Utilizei os bons e adoráveis fones de ouvido pra escutar algo dos velhos tempos.

Me confortei no banco e fechei os olhos pra curti a batida leve de What goes around, comes around. Por um fio, não cai em sono profundo ali mesmo. Estava exausta! Amanhã terá mais uma maratona de entrevistas, tarde de autógrafos... Por último, o show.

- Gwen! Gwen! - alguém me chama por trás da música. Tiro os fones e percebo que é o Jason, o guitarrista da banda, que por acaso, estava servindo de travesseiro nesse momento. *risos.
- O que foi?
- Aquele ali não é seu namorado? - ele aponta para o outro lado da sala de embarque. Meu coração dispara, respiro duas vezes antes de olhar diretamente pra lá. Meus olhos quase não acreditam no que viam. Zayn Malik, em carne e osso, perdido no galpão do aeroporto. Estava disfarçado de boné e jaqueta escura, mas eu poderia reconhecer aquelas roupas em qualquer lugar do mundo.
- O que ele está fazendo aqui? - entro em estado de choque. Sinto uma ponta de raiva, desespero e um oceano de felicidade. Não queria demonstrar isso caso ele me encontrasse, mas se aquele sorriso se fizer em minha frente, não sei se serei responsável dos meus atos.
- Parece que ele está te procurando, Stitch! - Jason cutuca minha costela, fazendo uma voz irritante, mas simplesmente eu não conseguia reagir á brincadeiras. Ele tinha comprado uma passagem e agora passava no detector de metais da sala de embarque. Era impossível de acreditar que ele estava fazendo aquilo tudo por mim.
- Vai Stitch! Levanta! Ele está vindo! - Jason me empurra pra fora do banco e fico sem jeito quando consigo me estabilizar de pé. Com um sorriso tímido e um buquê de flores na mão, ele vinha em minha direção cada vez mais rápido, fazendo minha respiração descompassar feito louca.
- O que aconteceu, Zayn? Por que está aqui? - são as únicas coisas que encontro para dizer nesse momento inesperado.
- Eu seria um idiota se deixasse você partir sem pelo menos me despedir. - ele estende o buquê e apanho agressivamente.
- Você já é um idiota por três motivos. Número um: Fingiu que não viu minha ligação. Dois: Está me deixando ir embora e três: Ainda veio se despedir.
- M-mas.... Você está em turnê. Tenho outra escolha?
- Se quisesse mesmo minhas desculpas, Zayn.... Teria vindo pra me buscar e não pra me dizer Adeus.
- Gwen, pare de ser infantil! Eu não posso interferir no seu trabalho!
- Mas o meu amor por você, PODE! Eu largaria tudo isso aqui, POR VOCÊ, Malik. Mas você foi ausente demais pra saber que eu seria capaz de uma loucura dessas, não é mesmo? Você mal sabe a fase horrível que estou passando nessa carreira. - desconto toda a minha raiva desse tempo todo, na frente de toda a equipe. Aquele clima tenso fica no ar, um olhando pra cara do outro, absorvendo aquela maluquice que eu acabara de dizer para o grande amor da minha vida.
- Ambos estávamos ausente, Gwen. Você só está sobrecarregada de responsabilidade e não está dando conta. Essa é a nossa nova vida, meu amor. Teremos de conviver com a distância.
- Mas eu não quero! - lágrimas escorrem insanamente. - Eu não consigo ficar longe de você! Eu não quero, não posso, não suporto! Eu AMO você, Zayn. E se for pra existir distância entre a gente... Que termine tudo aqui e agora. - enxugo as lágrimas, pressentindo o lápis preto manchar o rosto e o encaro séria.
- Última chamada para o vôo 877 com destino á Paris. - a voz alerta nos altos falantes do aeroporto. Meu coração vai se desmanchando aos poucos com a falta de reação que Zayn insistia em prolongar. Não sei bem o que ele pensava sobre tudo aquilo, mas com certeza, não era em continuar o namoro. Mas isso já era de se imaginar.
- Eu já devia saber. - balanço a cabeça e deixo a expressão de desgosto estampar minha face.
- Não Gwen! Por favor! Pense na sua carreira. Você não pode abandonar nada disso por minha causa.
- Eu podia, Zayn. Sabe por quê? Por que eu te amava e quando a gente ama, fica disposta a passar por cima de qualquer coisa.
- Mas é o seu sonho!
- VOCÊ TAMBÉM ERA MEU SONHO! - exalto a voz e todos me olham preocupados com o estado emocional. Ofegante, tento dizer algo a mais. - Você era tudo... Pra mim. Tudo, Zayn! Foi você quem me deu isso aqui tudo. A minha carreira, os amigos, a nova vida, fama,... Você quem me tirou da pior fase da minha vida. Eu apostei todas as minhas fichas nesse amor. Eu sonhava que um dia, a gente pudesse se casar e contar toda essa história louca pros nossos filhos. - sorrio em meio á uma lágrima que escorre. - Só que agora, eu vejo como essa coisa estúpida que é a fama, faz com os sentimentos raros e especiais. Ele destrói! Destrói muita gente fraca como você. - enxugo o canto dos olhos e respiro fundo. - Vamos equipe? É hora do vôo. - encaro todos que assistiam a cena dramática atrás de mim.
- Gwen! Gwen, não vai! Por favor! Eu te amo, Gwen! Te amo muito. - Zayn implora entre um choro desesperado.
- Tchau, Zayn. - retiro o anel de compromisso do dedo e lhe entrego. - A gente se vê por aí, qualquer dia... Quem sabe. Com certeza você vai achar alguém melhor do que eu. - dou as costas e abraço o buquê enquanto caminho para o portão de embarque. Meu coração aperta e então desabo todas as lágrimas que jamais desabei na minha vida inteira.


Chris POV

Terminei de me arrumar em frente ao espelho, dando os últimos retoques. Toda vez que Harry prepara uma surpresa, é como se eu estivesse indo ao primeiro encontro. As borboletas brigam no estômago e fica quase impossível não sorrir de dois em dois segundos. Apareço do alto da escada e encontro Harry de smoking, me aguardando no primeiro degrau, com um sorriso cavalheiro de tirar o fôlego. Ás vezes me pergunto como fui me apaixonar tanto por esse garoto e agora eu vejo a resposta, bem nítida. Ele nasceu pra ser um príncipe e eu sempre sonhei com esse momento. Conhecer meu príncipe.

- Como vai, senhorita? - ele pega minha mão e puxa para mais perto de si, perguntando com a voz madura e rouca que agora lhe prevalece.
- Melhor agora. - respondo com um sorriso e ele sela nossos lábios.
- É impressionante como você sempre me faz dizer isso, mas é inevitável... Você está linda! - seus olhos me analisam de cima a baixo.
- Acho que alguém aqui engoliu um dicionário. - digo e ele acaba rindo, estragando todo o disfarce de "James Blond". *risos. - Prefiro o meu Hazza idiota de sempre.
- Idiota? Eu?! - ele finge se ofender e daí começamos uma guerra de "elogios" até chegarmos ao misterioso lugar da surpresa.

Pegamos uma estrada deserta, em algumas partes, literalmente escura, onde só os faróis conseguiam dar solução. Cruzamos algumas ruas e chegamos a uma espécie de restaurante ao céu aberto. Bem, pelo menos as mesas estavam ao ar livre, mas a cozinha do chef, eu não sei dizer onde realmente estava e, se estava ao céu aberto também ou não.

O importante é que o lugar era absolutamente lindo! E o que tinha de lindo, tinha de requintado. Eram poucos os casais que estavam ali pra jantar e alguns, eram até celebridades britânicas. Em volta, um jardim completava a paisagem junto com um chafariz em forma de dois cisnes. Por trás do matagal baixo que se formava posteriormente ao jardim, via-se um lago e havia pedalinhos em funcionamento por lá. Em um instante, me imaginei no Brasil, mas logo afastei a saudade pra lá. Logo ia começar a chorar, lembrar da minha mãe e não ia dar certo. *risos.

- Experimente e depois me diga o que isso te fez lembrar. - Harry me oferece uma taça de champanhe. Fico curiosa e apenas bebo um pequeno gole.
- Isso me lembra... Ahn...
- Paris? - ele sugere.
- É. Paris! - confirmo com mais um gole. Só então entendo recado. - Você ainda lembra da marca do champanhe? - pergunto chocada. Eu não sabia o nome, nunca ia decorar, mas juro que conheceria aquele gosto até debaixo d'água.
- Só queria voltar no tempo. - ele exibe o sorriso tímido e repousa sua mão sobre a minha por cima da mesa.
- Aquele dia foi incrível sim, Hazza. Mas qualquer passado, presente e futuro com você... Vai ser incrível. - sorrio de volta. Paramos por um tempo, apenas olhando no fundo dos olhos um do outro. Harry estava disposto a ficar dessa maneira pro resto da noite e estranhamente, aquele olhar já não me intimidava tanto quanto antes. Também estaria disposta a encará-lo desta maneira pro resto da noite.
- Eu te amo. - ele sussurra sem quebrar nossos olhares.
- Eu te amo mais. - sussurro de volta.
- Princesa Styles. - ele sussurra novamente fazendo meu coração acelerar com a forma como me chama. E aqui começa a fase em que eu já não me imagino longe daquele sorriso um dia sequer. É tudo que eu amo e preciso pra resistir a minha vida inteira.







Vas Happenin?
Sorry pelo capítulo curto e pelos dois dias que demorei pra postar o Cap.
Estive ocupada com trabalhos escolares. ><
E hoje é aniversário da minha vovó.  : D
... Por isso não tive muito tempo de alongar o cap. porque 
tenho que ajudar a preparar o jantar de família pra comemorar o aniversário.
Além do mais, essa próximas semanas, eu vou continuar a demorar pra postar os cap.s
As provas começam semana que vem e eu vou dedicar uma horinha da tarde...
 pra estudar essa semana.
Então.... Por enquanto é paciência.
Obrigada por compreenderem.
Malikisses, Biia.







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