Capítulo 14

Eu acharia impossível haver algo mais perfeito agora,
mas estando com Harry, qualquer coisa vira um conto de fadas.

Harry POV

Curiosidade é uma coisa que a Chris tem de sobra. Ela simplesmente não se segura em soltar duzentas mil perguntas de segundo em segundo. Se pelo menos guardasse todas aquelas dúvidas na cabecinha dela, estaria de bom tamanho. Eu nem me incomodaria tanto. Mas infelizmente, aquela voz que eu achava tão adorável e meiga, estava se tornando insuportável. Por incrível que pareça!

E sem querer eu soltei um "Fica quietinha" e ela emburrou a cara de vez. Só que mal ela sabe que fica linda quando está com raiva. Aquela típica cara, que só ela tem, de dizer que está irritada e curiosa ao mesmo tempo. Contei uma das minhas piadas sem graça e ela não aguentou em rir.

Pronto. Mau humor foi embora e a minha princesa voltou.

Já estávamos quase perto do nosso próximo ponto de visita. Tive que alugar um carro para que nós pudéssemos aproveitar melhor o passeio e até dar umas voltinhas extras mais tarde. Ela estava se divertindo bastante, para o meu alívio. Até esqueceu um pouco sua mania irritante de fazer perguntas sobre onde iríamos, o tempo todo.

Chris POV

Harry estacionou o carro em uma rua estreita, um tipo de vila antiga. Ele ajeita o chapéu na cabeça e estende sua mão para a minha, querendo entrelaçar nossos dedos. Acompanho-o silenciosa. No carro, ele tinha pedido que eu ficasse quieta. *risos. Confesso que fui irritante, mas combinemos que eu estava muito curiosa. Subimos milhares de ruas e a única coisa concreta que sei até agora, é que estamos em lugar muito alto.

- Agora você está me incomodando. - ele diz desconfortável.

- O que eu fiz? Tô quieta! - respondo confusa e ele ri.

- É exatamente isso! Não precisa ficar tão quieta. Eu gosto da sua voz.

- Pois eu acho muito irritante.

- E nem por isso você fica sem falar.

- Ok. Você venceu. - digo fazendo-o rir. - Já que é assim... Posso perguntar onde estamos?

- Estamos sobre Veneza. - ele finalmente responde, me guiando com uma das mãos em minha cintura para o parapeito de ferro na pequena pracinha da vila. Meus olhos cintilam com tamanha beleza natural. Eu quase não acreditava que aquilo tudo podia ser real. Aquela paisagem era de outro mundo. Veneza é linda de qualquer ângulo, mas daqui... É divina!

Harry me abraça por trás e percorre com a ponta do nariz do meu ombro até a bochecha. Me arrepio.

- Gostou? - ele sussurra com os lábios encostados em meu rosto, deixando um beijo carinhoso.

- Eu amei. Harry, você... - dou uma volta para ficar de frente pro seus olhos e me deparo com o seu sorriso brilhante, me admirando, e nas mãos, uma caixinha preta totalmente aberta. Exibia um lindo anel de prata com uma pequena esmeralda no centro. - Harry... - suspiro com um sorriso comovido.

- Agora são dois anos exatos de namoro. Lembra?

- É óbvio que eu lembro, mas achei que você não iria lembrar isso. - minhas duas mãos vão para trás, apoiar-se no parapeito para que eu não caia com as pernas bambas em sua frente.

- Como eu não ia lembrar o dia mais importante nas nossas vidas? O dia que tudo começou a fazer mais sentido pra mim. O melhor dia da minha vida até agora, Chris. - ele abraça minha cintura e o vento que passa nas alturas, provoca meus cabelos á flutuar. - Você foi a melhor coisa que já me aconteceu. A melhor! - sua voz sai rouca e madura.

Nos encaramos por longos segundos naquele silêncio, onde só o vento era a trilha sonora. Eu queria soltar uma lágrima e dizer o quanto aquilo tinha mexido comigo, mas com aquele sorriso magnificamente torto, era impossível. Apenas consegui encostar os nossos lábios em câmera lenta para sentir aquele momento de verdade.

Seus lábios macios se encaixam ao meu lábio inferior e o sugam sem pressa, seguindo para um longo selinho. Meu estômago libera mil borboletas e separo nossos lábios, encostando minha testa na sua, com todas as falas perdidas.

Harry pega minha mão direita, onde estava o anel de prata que me dera assim que voltei pra Londres. Ele o tira e no seu lugar, põe o novo de esmeralda. Completa aquele gesto com um pequeno beijo em cima e uma corrente elétrica se passa em meu corpo.

- Devo dizer, "Feliz aniversário de namoro"? - pergunto com um sorriso brincalhão e Harry deixa escapar um riso nasal. - Obrigada, bebê. Eu te amo! - agradeço lhe dando outro selinho. Nos abraçamos forte e senti suas mãos acariciarem minhas costas de cima pra baixo, deixando-me totalmente confortável em seus braços.

Deixo-me por abrir os olhos por cima dos ombros altos de Harry e vejo algumas pessoas tirando fotos, discretamente, desse pequeno e inesquecível momento. Eles podem não saber o que se passa, mas deveriam saber o quanto esse menino me faz feliz. Gostaria de gritar isso, agora mesmo, pro mundo inteiro ouvir.

- Eu também te amo. - Harry diz separando o abraço e acariciando a lateral do meu rosto.

- E agora, o que eu vou te dar, Harry? Ta vendo como essas suas surpresas me deixam desprevinidas?

- Me dê mais um beijo e ficará tudo certo. - ele responde com um sorriso maroto nos lábios. 

Mordo os lábios, prendendo um sorriso bobo e selo nossos lábios rapidamente. Harry faz uma carinha triste e o encaro significativamente, alertando sobre as pessoas ali atrás. Não seria legal sairmos em revistas dando um beijo sugador de pia. *risos.

- A sós eu lhe dou algo melhor. - pisco com o olho direito e ele me olha malicioso. Sempre assim. Ai, ai Hazza... Você não muda mesmo!

Gwen POV

Adentrei o banheiro da suíte e enfiei o rosto debaixo da torneira com a intenção de tirar toda aquela maquiagem desnecessária que me fizeram usar para a entrevista que tive agora a pouco. Odeio usar maquiagem o tempo todo, mas Becka parece que não entende isso e está me sufocando aos poucos.

Alguém bate agressivamente na porta do quarto e suspiro irritada ao pensar em quem poderia ser. Só podia ser a monstra. Becka, a controladora. Não vou atender e nem dizer se estou viva ou não. Se quiser meu bom-humor vai ter quer conquistar meu respeito primeiro.

- Gwen, abre essa porta! - ela grita lá de fora. Desfilo pelo quarto e caio pela cama. Puxo uma revista do bidê ao lado e folheio algumas páginas enquanto atiro os saltos pra longe dos meus pés. - Hoje não é dia de fazer pirraça, Stitch. Vamos! Abra essa porcaria de porta! - insiste.

- Pode gritar, ameaçar, chorar... Eu não vou abrir! Se quiser pôr a porta abaixo, problema é seu. - rebato agressiva. O silêncio prevalece. Finalmente ela desistiu!

- Ok. Mas seus fãs não vão se agradar em saber que a bonitinha desistiu de apresentar a nova música na rádio. - ela volta a falar.

" Força, foco e fé " - Leio as palavras tatuadas no meu antebraço direito. Fiz á alguns dias atrás, quando uma ideia estúpida de fraqueza, passou-se pela minha cabeça.

Força pra continuar, foco na carreira e fé para dias melhores. Minhas fãs são a razão disso tudo. Não posso decepcioná-las por causa de uma intriga. Becka tem toda razão dessa vez. Queria tanto que o Zayn estivesse aqui agora. Preciso vê-lo depois desse compromisso.

- Em quantos minutos devo ficar pronta? - abro a porta e Becka suspira aliviada.

- Nunca mais faça isso, Stitch. A sua vida não é mais uma brincadeira, estamos trabalhando duro nessa turnê. Fique pronta em oito minutos.

- O QUE?! - chocada é pouco pra expressar como fiquei em saber que deveria me arrumar em oito míseros minutos. Já estava passando a me acostumar com os vinte.

- Ainda estou considerando sua demora em abrir a porta. Poderia ter pedido cinco pra chegar pontual.

- Quer saber, Becka? Você sempre anda por aí achando que eu sou algum tipo de marionete. Eu também sou gente, sabia?

- Sem discussão agora, Gwen.

- Não estou discutindo. Só estou pedindo direitos descentes. Vocês acha que eu sou de ferro e que não canso alguma hora. Mas não é assim! Eu a-mo minhas fãs, mas pra tudo tem um limite e se isso aqui me der no saco, eu acabo com essa palhaçada e o dinheiro da empresa ridícula que administra esse circo. - desabafo irritada. Esses últimos dias andam sendo os dias mais cansativos da minha vida.

Becka respira fundo e corre os olhos para os lados, encontrando paciência. Continuo encarando-a, esperando uma resposta justa sair da sua boca.

- Tudo bem, Gwen. Você vai ter seu direito dessa vez. Mas saiba que ninguém aqui está querendo te explorar pra ganhar dinheiro. Você precisa acordar pra vida porque seu sonho está acontecendo aqui fora. Isso é sério! Você está levando responsabilidade grande nas costas. É o sonho de várias meninas e meninos em jogo. Pensa nisso um pouco, pode ser? Nem que seja nesses quinze minutos de direito descente. -  dizendo isso tudo, ela sai em direção ao seu quarto ao lado.

Controlo todas as minhas fúrias para não arrancar aquela porta do lugar e fazê-la engolir farpa por farpa da madeira. Ela tinha se transformado em alguém arrogante, fútil. Já não era mais a minha amiga Becka do início. O dinheiro e poder subiu á sua cabeça com facilidade. Antes o que ela dizia ser diversão, virou um inferno!

Apenas troco de roupa e dou prioridade ao cabelo, que hoje não tinha passado por uma sessão enjoativa de escovas e secadores. Meu reflexo em frente ao espelho me faz lembrar minha mãe. Quanto tempo nós não se víamos. Nem com o meu tio asqueroso, que antes eu era obrigada a conviver, não tenho contato. E também não faço muita questão. Só me fez chorar e se não fosse pelo Zayn, que entrou de repente na minha vida, tudo estaria só a piorar.

Esse ano ela volta pra nossa casa, com o diploma da faculdade em mãos. Assim espero. E então eu farei uma visita surpresa pra mostrar como um ano serviu muito bem para a sua princesinha. Vou poder realizar todos os sonhos que construímos naquela casa, quando o papai subitamente sumiu, que iam desde a reforma na casa ao planejamento de viagem de férias. Ela vai ficar tão orgulhosa de mim.

Deixo o quarto, já arrumada e preparada para a apresentação da nova música. Estive ansiosa pra esses dias e só agora fui me lembrar de como essa pequena reviravolta de nervosismo no estômago era boa.

Os seguranças me levam até o carro na porta do hotel e partimos em direção da rádio onde seria a divulgação. Minhas pernas tremiam de ansiedade e medo. Quanto mais perto chegávamos, mais vontade de pular logo daquele carro me consumia.

No empurra-empurra de seguranças, consegui adentrar o estúdio da rádio e deixei um grande olá através de um megafone para todos os fãs que compareceram no local. Eram as únicas pessoas que conseguiam alegrar meu dia mesmo quando a Becka insistia em estragá-lo.

Para que eu me apresentasse na frente de mais fãs dentro do estúdio, foi posto um banco alto de madeira e um suporte para o microfone ao lado, em cima do pequeno palco de forro preto. Nunca fiquei tão nervosa como agora. Me sinto até um pouco aliviada.

Me apresentei com toda dedicação em cada letra da música e recebi uma calorosa salva de palmas. Foi o presente do dia! Os produtores e radialistas da rádio famosa vieram me parabenizar e tiramos fotos para o site. Foi mais um passo alcançado na turnê.

Já era finzinho de tarde mesmo e eu tinha uma folga pro resto do dia. Pedi ao motorista que me levasse direto para o apartamento dos meninos. Vou fazer uma surpresa pro Zaza, já que eu disse que talvez não nos visse hoje por causa da minha agenda lotada.

Mas chegando lá, quem me deu uma surpresa foi ele e eu fiquei sem reação alguma ao vê-lo na sala, todo entretido, com a companhia da Agnes. Desde quando ela voltou?

- Gwen? - ele me olha confuso assim que percebe minha presença na sala.

Chris POV

Chegamos no hotel, exaustos, e Harry foi logo tratando de se livrar da roupa que vestiu pro nosso passeio de hoje. Enquanto eu tomava banho para a nossa próxima diversão em Veneza, ele preferiu esperar na sacada do quarto pra admirar a paisagem maravilhosa que tínhamos. Do chuveiro eu podia escutar sua voz, dizendo alguma coisa para alguém, mas em italiano. Sim, ele é bom no idioma charmoso.

Com certeza eram as fãs doidas pra tirar uma casquinha do Harry Styles de roupão na sacada. *risos. Ele realmente estava de roupão lá. Cara de pau é o que não lhe falta. Ele gosta do exibicionismo e sabe fazer isso direitinho. 

Saí do banho e vesti a roupa da noite. Dessa vez, Harry não fez suspense pra contar onde jantaríamos e revelou logo que tinha alugado um passeio de gôndola para dois. Eu estava enlouquecida só com a ideia de estar com o Hazza, em uma volta romântica pelos canais venezianos. De quebra, uma lua cheia e um céu estrelado. Seria perfeito!

Quando voltei ao quarto, o encontrei de frente para o espelho, com o roupão aberto expondo seu corpo definido, mexendo nos cachos, como se estivesse tentando achar um defeito. Rio da cena rara. Estava parecendo o Zayn ali.

- O que foi, bebê? Problemas com cabelo branco?

- Ha há... Engraçadinha. - ele mostra a língua. - Acha que eu deveria usá-lo sem cachos, touca ou chapéu? - ele pergunta sério. - É uma noite importante, preciso da sua ajuda.

- Não seria mais sensato perguntar para outra pessoa que não fosse seu par de hoje á noite?

- Quem? Só tem eu e você. - ele ri.

- Eu prefiro meu Hazza de sempre. Pronto, já dei a dica. - selo seus lábios e peço um pouco de licença para pegar meus sapatos no closet.

Ele vai para o banho e não demora a se arrumar. Sai vestido com uma blusa de manga branca, transparente á ponto de mostrar suas tatuagens no ombro e uma calça jeans comum. Pôs a velha e perfeita touca de sempre por cima dos cachos naturais e me guiou novamente para fora daquele quarto de hotel. Não paramos nem uma hora sequer dentro desse lugar. *risos.

Fomos caminhando pela calçada, de mãos dadas e sorrisos bobos, conversando sobre coisas idiotas. Ele estava visivelmente feliz com tudo isso e eu me sentia muito especial ao seu lado. Minha maior vontade nesse momento era de largar tudo pra trás e viver pra sempre com o namorado perfeito, na cidade perfeita. Passear todos os dias de mãos dadas, passear de barco só pra comprar um pão pela manhã, acordar com o seu sorriso e visitar aquele lugar lindo que fomos hoje, mas á noite. Deve ser bem mais lindo á essa hora com a cidade iluminada e os faróis do porto aceso.

Atravessamos uma pequena avenida e entramos no cais. Os casais já estavam formando fila para embarcarem em suas gôndolas. Harry conversou rapidamente com um homem e logo ele nos levou á uma das gôndolas. O homem que guiaria nosso passeio nos recebeu com uma tirada de chapéu e ainda me ajudou a entrar no barco.

Harry entrou logo em seguida e sentou ao meu lado, pondo um de seus braços em volta dos meus ombros. Relaxamos no banco de madeira e deixamos aquele clima maravilhoso de paz nos levar. Deitei um pouco a cabeça perto do seu peito e depois de deixar um beijo em minha testa, subiu o olhar para admirar a lua cheia que nos acompanhava.

Vas Happenin?

Gostaram do Cap.?

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Malikisses, Biia.